São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994 |
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Metalúrgicos fazem greve em São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL E DAS REGIONAIS Cerca de 44 mil metalúrgicos da base de 17 sindicatos ligados à Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT entraram em greve ontem por um aumento de 27%.Cerca de 60 empresas foram atingidas, segundo o presidente da entidade, Carlos Alberto Grana. A Fiesp não divulgou seu balanço. Os 400 mil metalúrgicos ligados à CUT no Estado têm data-base em 1º de abril. Mas só decidiram pela greve "em castacata" (crescente e por empresa) 290 mil trabalhadores, dos setores de máquinas, eletroeletrônicos e autopeças. Grana afirmou que o Grupo 10 da Fiesp (dez sindicatos patronais) e as montadoras apresentaram propostas "razoáveis", que serão defendidas pela CUT junto aos trabalhadores. Por isso não deve haver greve nesses setores. A proposta do Grupo 10 prevê 18% em abril, maio e junho. As montadoras apresentaram 19% sobre os salários de março. Também no setor de autopeças, a greve deve terminar hoje. O Sindipeças decidiu ontem oferecer 19% sobre os salários de março. O negociador do Grupo 19/3 da Fiesp (máquinas e eletroeletrônicos), Miguel Rodrigues Júnior, foi procurado ontem pela Folha mas não foi encontrado. O Grupo 19/3 oferece 5,94% sobre os salários de março, proposta considerada "ridícula" por Grana. Hoje haverá audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. No ABCD, segundo o sindicato, pararam 34 mil trabalhadores de 40 empresas. No setor de autopeças, entraram em greve a Cofap, Arteb e Metal Leve. Pararam também a Brastemp e a Papaiz. Os 438 metalúrgicos da Mafersa, de Caçapava, no Vale do Paraíba, aderirem à greve organizada pela CUT. A adesão foi de 100% na produção, segundo o sindicato. Para a Mafersa, pararam 40%. Os 1.200 trabalhadores da Ericsson, também no Vale do Paraíba, votaram estado de greve. A Philips definiria um índice à noite. Na região de Campinas, cerca de 3.000 metalúrgicos entraram em greve. As principais empresas atingidas foram Gevisa, Thermo King e Yammar do Brasil. A Força Sindical considerou os 19% oferecidos pelas montadoras pouco e parou a GM em São Caetano ontem. Segundo Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, presidente do sindicato na cidade, entraram em greve 3.000 trabalhadores da noite e 8.000 para hoje. A GM confirmou a paralisação. Na cidade de São Paulo, pararam a Villares e nove outras empresas totalizando 9.000 trabalhadores, segundo Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. A Villares confirmou a paralisação que teria atingido, segundo a empresa, os 700 trabalhadores da produção. Texto Anterior: Instituto reclama provas técnicas Próximo Texto: Ministro nega perda salarial Índice |
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