São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Governo recua em cortes para ministérios

MÔNICA IZAGUIRRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pelo menos quatro ministérios deverão ter suas verbas aumentadas na nova revisão do projeto de Orçamento da União para 1994.
Segundo o ministro da Integração Regional, Aluízio Alves, o ministro do Planejamento, Beni Veras, lhe disse ontem estar "preparado" para atender os pedidos de quatro ministérios.
Além da Integração Regional constam da lista Saúde, Transporte e Bem-Estar Social.
Só o da Saúde quer a mais US$ 5 bilhões –isso aumentaria de US$ 9 bilhões para US$ 14 bilhões os gastos totais previstos para a área no projeto que será revisado.
Os quatro ministros reclamaram ao presidente Itamar Franco que a falta de verbas paralisaria serviços essenciais a partir de junho.
Aluízio Alves foi o mais beneficiado porque o próprio Itamar quer lançar um programa de irrigação no Nordeste, que envolve mais de US$ 100 milhões.
O aumento significa um recuo em relação à proposta apresentada em dezembro passado ao Congresso. Na ocasião, foram cortados aproxidamente US$ 20 bilhões sobre o projeto encaminhado em julho, "zerando" o déficit previsto.
Os que mais sofreram cortes na ocasião foram os ministérios da Integração Regional e do Bem-Estar Social. Eles iam ser extintos. Por isso previu-se na época um mínimo de verbas só para que eles pudessem transferir aos poucos a outros órgãos as suas atribuições.
Diante da necessidade de manter apoio parlamentar para aprovar um plano econômico em pleno ano eleitoral, o governo concluiu que seria inconveniente a extinção dos dois ministérios. E agora terá de recompor os seus orçamentos.
O MIR está pedindo um adicional equivalente a cerca de US$ 352 milhões em investimentos. No atual projeto, ele detém para cerca de US$ 197 milhões.
Ainda que quase triplicadas, as verbas para investimento do ministério mal vão dar para concluir obras paradas quase no final, reclamou Aluízio Alves.
Obras novas, nem pensar, disse o ministro. Henrique Santillo, da Saúde, também esteve ontem com Beni Veras, do Planejamento, para reclamar.
Disse que estão faltando recursos até para medicamentos básicos. Só para a manutenção hospitais, quer quase US$ 3 bilhões além dos US$ 3,3 previstos.

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