São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Supermercados deixam de comprar cervejas Brahma

DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de hoje os supermercadistas paulistas não compram mais cervejas da Brahma. A decisão é uma represália aos aumentos decididos pela indústria e à retirada dos descontos praticados no produto em março.
A Brahma foi escolhida em sorteio realizado pela Apas (Associação Paulista de Supermercados), do qual "participaram" ainda a Antarctica e a Kayser. A Brahma não quis se pronunciar.
Firmino Rodrigues Alves, vice-presidente da Apas, diz que os supermercadistas querem negociar diretamente com a indústria os descontos, redução de 30 para 15 dias o prazo de pagamento, e se negam a aceitar o acordo fechado entre cervejarias e governo.
Esse acordo implicou na aceitação pelo governo de 36% de reajuste definido pela indústria para este mês. As cervejarias manteriam 15% de desconto sobre o produto, metade dos 30% praticados em março, e os retiraria gradativamente em dois meses.
Levy Nogueira, presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), descarta que o boicote se estenda ao resto do país. Ele diz que os aumentos da indústria ficaram abaixo da média de quatro meses.
Preços
Dallari entregou à Abras estudo do ministério que mostra "diferenças grandes nas margens de lucro dos supermercados", às vezes de uma mesma rede.
Segundo Dallari, o setor ficou de analisar as listas e prometeu resposta para a semana que vem.
Os aumentos de preços do início de abril não preocupam o assessor. "Só farei alguma coisa quando os preços aumentarem em real."
Nogueira concorda que os aumentos acentuados no início do mês não devem preocupar pois "o fato acontece desde janeiro". Em março, afirma, também houve uma aceleração inicial, "mas o mês fechou com 41,5%, abaixo da correção dos salários".

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