São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Couro sobe 35% em URV, diz Dallari

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário especial de preços do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, disse ontem em São Paulo que vai chamar os curtumes para uma conversa.
O preço do couro subiu 35% real na conversão de preços de cruzeiros reais para URV. Foi isso, segundo ele, que fez o preço do calçado subir 27,78% no varejo na primeira semana de abril, de acordo com dados da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
Dallari participou da assembléia do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), com cerca de 60 representantes do setor.
Ele disse que o setor de carnes deve começar a negociar a conversão de preços de cruzeiro real para URV.
Se a mudança não for realizada espontaneamente, o governo vai arbitrar regras para retirar a expectativa da inflação na passagem para a nova moeda.
A exemplo do acordo fechado para o leite tipo C e o leite em pó, Dallari disse que é possível calcular um preço médio em URV para safra e entressafra da carne.
Além de esclarecer as dúvidas sobre o novo indexador e sua aplicabilidade no setor, Dallari disse que teve uma reunião antes da assembléia sobre o aumento do preço da carne detectado no varejo.
Pesquisa Datafolha mostra que os preços do setor subiram 16,15% entre os dias 29 de março e 5 de abril nos supermercados.
"Essa alta está dentro da sazonalidade normal. O boi foi corrigido em março em valores inferiores à inflação. É o reajuste normal da virada do mês", disse Dallari.
Segundo ele, os argumentos dos pecuaristas foram convincentes. Para abril, ele prevê altas abaixo da inflação para a carne. A produção é grande nessa época.
A dúvida comum entre os pecuarista é que se o preço fosse convertido para URV, ficaria congelado. Dallari disse que essa regra não é válida para os pecuária, pois não é um setor de alta concentração econômica.
Ele acenou com a possibilidade de rever os preços em URV, de acordo com produção, como já vem ocorrendo com o leite.
João Carlos de Souza Meirelles, presidente do CNPC, afirma que a conversão de preços do setor vai ocorrer mais facilmente agora porque é possível descontar a nota promissória em URV nos banco.
A primeira tentativa de conversão, na metade do mês passado, fracassou porque não havia esse instrumento de crédito.

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