São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Dúvida leva ao consumo

DA REPORTAGEM LOCAL

A incerteza diante das transformações da economia fez o consumidor ir às compras em março. Essa é a explicação dos economistas para o crescimento das vendas, sobretudo nos supermercados, apesar de os preços continuarem em alta.
"Como o cruzeiro real é uma moeda podre que vai morrer, as pessoas preferiram comprar tudo o que desse, em vez de ficar com o dinheiro no bolso. Elas não esperaram ter a necessidade primeiro, para depois comprar", explica o diretor de economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Essa análise é compartilhada pelo diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Sérgio Mendonça.
Segundo ele, a transformação pela qual a economia está passando gerou incerteza. "Isso pode ter levado a uma antecipação de consumo em março, antes mesmo do pagamento do primeiro salário integral em URV", afirma.
Para o economista Juarez Rizzieri, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo) um dos fatores que pode ter puxado o consumo em março foi a desconfiança quanto a Unidade Real de Valor (URV).
Outro fato que pode ter aumentado as vendas é o valor da cesta básica em março, que ficou relativamente estável em URV, porém em um patamar elevado. (MCh)

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