São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Circuito provoca alteração nos carros

Aerofólio traseiro ajuda nas curvas

FLAVIO GOMES
DO ENVIADO ESPECIAL

Você vai ouvir muito neste fim-de-semana pilotos da F-1 dizendo que, no circuito de Aida, vai ser preciso usar "mais asa" do que em Interlagos.
O motivo é a característica da pista japonesa, lenta e travada. Esses conceitos, na F-1, determinam a configuração aerodinâmica dos carros.
Usar "mais asa" siginifica aumentar o aerofólio traseiro. Não na altura e na largura, cujas medidas são regulamentadas pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo).
Esse aumento é no ângulo e na área das lâminas da asa, que formam um "paredão" cuja função é ampliar a aderência na parte de trás do carro.
Em circuitos rápidos, com retas grandes e curvas de alta velocidade, os carros usam "menos asa". Busca-se a menor resistência ao ar para permitir que o aerofólio não atrapalhe a velocidade final.
Visualmente, a asa traseira apresenta um vão entre a lâmina superior e a inferior.
"Pouca asa" atrapalha nas curvas de baixa velocidade, porque a aderência atrás é menor. O aerofólio funciona como uma asa de avião invertida. O fluxo de ar que passa sobre o aerofólio "empurra" o carro para baixo.
Nas pistas rápidas, a perda de aderência nos trechos lentos é compensada nas retas. Com "menos asa", os carros ganham tempo nos pontos de alta velocidade.
Em circuitos lentos, nos quais o piloto passa a maior parte do tempo fazendo curvas fechadas e retomando a aceleração, é melhor usar "muita asa".
O aerofólio grande, às vezes até duplo (com um avanço da asa sobre a carenagem que cobre o motor), proporciona uma maior aderência atrás.
Nesses casos, como em Aida, a perda de velocidade nas retas não prejudica muito porque elas são curtas.
No GP do Pacífico, todos os carros usarão "muita asa". Quem gosta de pista lenta são os patrocinadores, que inscrevem seus logotipos numa área maior e têm mais visibilidade.(FG)

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