São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994
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Novo protesto adia demolição na Faria Lima

PAULO FERRAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeitura adiou novamente ontem a demolição da primeira casa na área onde deverá ser aberto o prolongamento da avenida Faria Lima, em Pinheiros (zona oeste de São Paulo).
A prefeitura já havia tentado demolir a casa anteontem e foi impedida pelos moradores.
Ontem, por volta das 13h, 15 funcionários da Regional de Pinheiros chegaram à residência da rua Coropés, 234, para iniciar a demolição.
Os moradores da vizinhança, integrantes do movimento Pinheiros Vivo, perceberam a movimentação e começaram a se reunir na frente da casa e protestar.
Os funcionários da prefeitura começaram a arrancar algumas portas e janelas da parte interna da casa.
Com o protesto dos moradores, o trabalho foi interrompido às 15h e, 20 minutos depois, os funcionários foram colocados na carroceria de uma camionete da regional e levados embora.
Segundo um dos coordenadores da demolição, que não quis se identificar, o trabalho somente será retomado na segunda-feira.
Atrito
A movimentação de ontem à tarde na rua Coropés foi marcada por um atrito entre um engenheiro da prefeitura, identificado apenas como Monteiro, e o perito designado pela Justiça para a avaliação oficial do imóvel.
O engenheiro João Dorival de Freitas, perito designado pelo juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública, José Roberto Peinetti de Godoy, foi impedido por Monteiro de entrar no imóvel, mesmo depois de ter mostrado toda sua documentação.
O perito só pôde entrar no imóvel com sua equipe para fazer medições e verificar as condições do imóvel depois que o engenheiro foi embora com os 15 funcionários da prefeitura.
O perito tem agora dez dias para apresentar o laudo oficial de avaliação.
Prazo
Uma vez determinado o valor, o juiz dará um prazo à prefeitura para que seja feito o pagamento da diferença entre o que foi depositado previamente pelo município e a avaliação.
A prefeitura depositou, no dia 24 de março passado, CR$ 203.738.985,72.

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