São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
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RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO ENTRE O BICHO E O PODER

Apoio durante as campanhas são trocados por vantagens
GOVERNANTES
Governo Moreira Franco (1987-91)
Governo Leonel Brizola (91-94)
Prefeitura de César Maia (atualmente no cargo)
Governo Collor (90-92)
CAMPANHAS

Um segmento dos bicheiros (parte da família de Aniz Abraão David, o Anísio) apoiou e subiu no palanque de Moreira na sua campanha ao governo do Rio em 86.

Em agradecimento à liberdade de atuação que tiveram no primeiro governo do PDT no Rio (83-86), os bicheiros apoiaram a volta de Brizola ao poder. José Petrus, o Zinho, anunciou o apoio.

Embora concorresse à Prefeitura pelo PMDB, César Maia contou com o apoio de parte da cúpula do jogo do bicho na campanha à Prefeitura. Em 86, já havia sido acusado de ter recebido material de campanha de Castor.

O coordenador da campanha presidencial de Collor no Rio, o deputado Cleto Falcão, confirmou a ajuda recebida pelos bicheiros em 1989.
VANTAGENS OBTIDAS

Moreira doou aos bicheiros um terreno de 47.000 m2, no bairro do Caju, que foi repassado para a Liga das Escolas de Samba, dirigida pelo bicheiro Aylton Guimarães Jorge. O processo contra os bicheiros, iniciado em 85, ficou praticamente parado durante sua administração.

Relaxamento total da atuação do esquema do jogo do bicho no Estado do Rio, embora o Ministério Público já investigasse possíveis ligações com o crime organizado e o narcotráfico.

Um dos braços do esquema de Castor de Andrade, Sérgio Luis Felippe, é assessor do gabinete do prefeito César Maia. Felippe é dono de bancas do jogo do bicho.

Collor prometeu na campanha e cumpriu: não promoveu nenhuma interferência no esquema dos bicheiros. Nomeou Leleco Barbosa superintendente da Funtevê (Fundação Televisão Educativa- TVE) no Rio. Leleco, de confiança dos bicheiros, fez a ponte entre o esquema do bicho e Cleto Falcão.

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