São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
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'Judiciário deve produzir justiça'

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz José Renato Nalini, 48, do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, diz que o Judiciário deveria atuar como "uma empresa produtora de justiça".
Autor de vários livros sobre formação de juízes, Nalini defende uma "visão empresarial do Judiciário onde se leve em conta a relação custo-benefício".
"Nós ainda gostamos do solene e do formalismo." Nalini diz que ao lado dos juízes, também os advogados e promotores são responsáveis pela morosidade da Justiça.
"Todos dedicam o mesmo tempo e a mesma burocracia formal para grandes e pequenas causas, o que tornam lentos os processos."
Segundo Nalini, o Judiciário "está vivendo uma crise de consciência, não de recursos". Por isso mesmo, pessoal e equipamentos não bastariam para solucinar a crise.
Manoel Alceu Afonso Ferreira, ex-secretário estadual da Justiça, diz que mais dinheiro diminuiria a morosidade do Judiciário. Segundo ele, a Secretaria da Justiça tem apenas 0,69% do orçamento do Estado.
E o Judiciário, embora tenha orçamento próprio, "não tem sabido reclamar por uma parcela maior", afirma.
Quanto ao perfil do magistrado, Renato Nalini diz que ele corresponde a uma expectativa do Tribunal.
"Ele deve ser alguém de meia idade, equilibrado, culto, que reflita os valores predominantes na comunidade. Mesmo os que se distanciam deste perfil, procuram se adequar a ele."(AB)

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