São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994 |
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'Judiciário deve produzir justiça'
AURELIANO BIANCARELLI
Autor de vários livros sobre formação de juízes, Nalini defende uma "visão empresarial do Judiciário onde se leve em conta a relação custo-benefício". "Nós ainda gostamos do solene e do formalismo." Nalini diz que ao lado dos juízes, também os advogados e promotores são responsáveis pela morosidade da Justiça. "Todos dedicam o mesmo tempo e a mesma burocracia formal para grandes e pequenas causas, o que tornam lentos os processos." Segundo Nalini, o Judiciário "está vivendo uma crise de consciência, não de recursos". Por isso mesmo, pessoal e equipamentos não bastariam para solucinar a crise. Manoel Alceu Afonso Ferreira, ex-secretário estadual da Justiça, diz que mais dinheiro diminuiria a morosidade do Judiciário. Segundo ele, a Secretaria da Justiça tem apenas 0,69% do orçamento do Estado. E o Judiciário, embora tenha orçamento próprio, "não tem sabido reclamar por uma parcela maior", afirma. Quanto ao perfil do magistrado, Renato Nalini diz que ele corresponde a uma expectativa do Tribunal. "Ele deve ser alguém de meia idade, equilibrado, culto, que reflita os valores predominantes na comunidade. Mesmo os que se distanciam deste perfil, procuram se adequar a ele."(AB) Texto Anterior: Delegado que investigou a 'máfia do açucar' assume Interpol em SP Próximo Texto: Indulto como tributo à família Índice |
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