São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
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Agribusiness é mercado em expansão

ANA LÚCIA RIBEIRODA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de trabalho no setor agroindustrial está em expansão. Empresas nacionais e multinacionais negociam fusões. Grupos familiares e cooperativas começam a se preocupar em profissionalizar a administração. Profissionais capacitados para gerenciar as mudanças em curso no "agribusiness" do país são raros –e disputados "a tapa" entre as empresas.
"Nós não temos encontrado no mercado profissionais aptos para trabalhar no negócio agroindústria", diz Atilio Ortolani, 49, diretor-administrativo da Parmalat.
A solução encontrada pelas empresas é polir a "prata da casa", investindo no treinamento e desenvolvimento de seus funcionários, ou "garimpar" seus futuros contratados nos quadros de outras empresas do ramo.
"Os bons que havia já 'roubamos"', confessa Ortolani, referindo-se aos executivos da Parmalat. Ele mesmo foi contratado pela multinacional de origem italiana proveniente de outra empresa do ramo de laticínios.
"Agribusiness" significa "negócios agrícolas". Como conceito, compreende o sistema que inclui todas as fases da produção agroindustrial (veja quadro abaixo).
A primeira fase do agribusiness corresponde à produção nas fazendas. A segunda é a agroindústria, onde se concentra a demanda por profissionais com conhecimentos de economia e administração que conheçam também o capítulo agrícola do sistema.
Com as recentes reformulações pelas quais as empresas têm passado em busca de maior competitividade, está aumentando a demanda por profissionais capazes de atuar na reorganização das várias etapas do negócio.
"Com o desenvolvimento do agribusiness, setor no qual o Brasil é competitivo internacionalmente, a tendência é de ampliação do mercado de trabalho", diz o engenheiro agrônomo Marcos Fava Neves, 25. "Entretanto, as escolas de graduação não preparam os profissionais para atuar na área."
Neves formou-se em 91 pela Esalq (Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz, em Piracicaba, Estado de São Paulo). Atualmente, é um dos alunos de mestrado do projeto Pensa - Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial (leia texto ao lado), onde faz especialização em economia e administração.
"Desde que entenda um pouco do chamado 'business', o agrônomo se diferencia e tem maiores possibilidades de conseguir ofertas profissionais", diz ele. Tanto é assim que a relação entre alunos do Pensa e empresários muitas vezes rende uma proposta profissional.

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