São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

USP tem programa de especialização

ANA LÚCIA RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

"O agribusiness brasileiro dá sinais de muita vitalidade. É um mercado de trabalho em franca expansão". A afirmação é do professor Décio Zylbersztajn, coordenador do Pensa - Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial.
Criado há cinco anos, o Pensa é uma parceria entre os departamentos de administração e economia da USP. "A inspiração original do nosso projeto foi um programa criado pela Universidade de Harvard (EUA) há 30 anos, que é pioneiro no mundo e foi de onde saiu a palavra 'agribusiness"', diz Zylbersztajn. Ele próprio é um engenheiro agrônomo que tem no currículo o curso de especialização em agribusiness da Harvard.
O professor afirma que o profissional especializado em agribusiness é crescentemente valorizado no mundo inteiro. Entretanto, nenhum curso universitário no Brasil prepara profissionais para assumir cargos estratégicos no mercado de trabalho do agribusiness. "O programa oferecido pelas faculdades de agronomia é muito incipiente", diz Zylbersztajn.
Segundo o professor, há três tipos de agroindústrias atuando no Brasil: as multinacionais, as empresas familiares e as cooperativas.
As multinacionais têm duas opções para atender suas necessidades em recursos humanos: suprir seus quadros fora do Brasil ou mandar seus funcionários participarem de aperfeiçoamento no exterior.
Já as empresas familiares estão passando por um momento "muito questionador", avalia Zylbersztajn. Precisam reformular sua gestão e estão em busca de profissionais polivalentes, com aptidão para as várias etapas do agribusiness.
No caso das cooperativas agrícolas, chegou a hora de abandonar o modelo de administração cooperativista, que tratava a empresa como uma "organização de produtores", e adotar uma fórmula profissional de gerenciamento.
"Grande parte da crise que as cooperativas vêm enfrentando diz respeito ao gerenciamento despreparado", diz Zylbersztajn.
Para garantir que os alunos obtenham o conhecimento teórico necessário sem tirar os pés da realidade, o Pensa promove contato constante com empresas do setor.
Fazem parte do programa os "estudos de caso" (cada aluno se dedica à situação real de alguma empresa, tem que analisá-la e propor soluções), avaliações de tendências do agribusiness, mercado internacional e ações governamentais referentes ao setor.
(ALR)
ONDE SE INFORMARPensa: inscrições a partir de setembro, na Coordenação de Pós-Graduação da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, tel. (011) 210-5966.

Texto Anterior: Agribusiness é mercado em expansão
Próximo Texto: Executivo 'migra' para interior
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.