São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
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Notícia do prêmio congestiona computadores

ELLEN NEUBORNEDO "USA TODAY"

A conquista do prêmio Pulitzer foi uma proeza que sobrecarregou o sistema de computadores do "The Albuquerque Tribune".
Tantos jornalistas tentaram puxar a lista de vencedores das linhas da "Associated Press" para suas telas de computador que o sistema ficou sobrecarregado.
"Estamos todos reunidos em volta dos terminais e não aparece nada. São 1h08, 1h10, a notícia já saiu, mas a gente não consegue ler", diz o editor, Tim Gallagher.
"Finalmente um de nossos editores ligou para uma amiga do 'The Orange County Register'. Recebemos a notícia pelo telefone, da Califórnia."
Mas a repórter vencedora do prêmio, Eileen Welsome, não estava na redação do jornal para receber a boa notícia.
Ela também a ouviu pelo telefone –a 3.600 km de distância, em Nova York.
Welsome estava lá para receber o prêmio George S. Polk pela mesma série. Ela e o marido comemoraram a sós por 15 minutos, até um fotógrafo da "Associated Press" encontrá-la no quarto do hotel.
"Este é um grande dia para os jornais pequenos", disse ela.
Sua série de artigos publicada no "The Albuquerque Tribune", pela qual ganhou o prêmio Pulitzer de reportagem nacional, traça a história das experiências pouco ortodoxas com radiação realizadas pelo governo americano com cobaias humanas, na década de 40.
Entre os jornalistas cumprimentados na redação do "The New York Times" pelo editor-executivo do jornal, Max Frankel, figuravam as editoras de fotografia Nancy Lee e Nancy Buirski.
Elas levaram às páginas do "Times" a foto vencedora, do fotógrafo free-lancer Kevin Carter, de uma criança à beira da morte pela fome no Sudão.
"A vitória não consiste apenas no fato de ter sido uma grande foto. Para nós, é também porque a editora de fotografia, para ilustrar uma reportagem sobre o Sudão, não tirou uma foto dos arquivos – procurou alguma coisa nova", disse Frankel.
No "The Detroit News", as latas de lixo foram convertidas em baldes de gelo para champanhe.
O prêmio conquistado por Eric Freedman e Jim Mitzelfeld exigiu meses de trabalho esquadrinhando documentos, entre os quais 3.500 cheques sustados.
Tradução de Clara Allain

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