São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
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Terremoto impulsiona economia da Califórnia

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Mais empregos, menos falências e um "boom" na construção civil são alguns dos indicadores de que a economia da Califórnia finalmente está saindo da recessão.
Muita coisa foi destruída no Estado com o terremoto do dia 17 de janeiro passado, mas estudos recentes revelam que o tremor balançou e revigorou a economia.
A Califórnia está recebendo desde janeiro US$ 9,5 bilhões em ajuda federal e US$ 4 bilhões das seguradoras para recuperar pontes, estradas e casas.
O total equivale a 10% de toda a dívida externa brasileira, a maior do mundo.
O dinheiro vem produzindo milagres, como a recuperação da Santa Monica Highway, uma das estradas mais movimentadas do mundo, reaberta na semana passada –72 dias antes do previsto.
Mais de 29 mil empregos (6.000 só na construção civil) foram criados desde janeiro, baixando a taxa de desemprego no Estado para para 8,6% em março –contra os 6,5% na média do país.
As contratações são pequenas se comparadas com as mais de 700 mil demissões feitas na Califórnia desde 89, quando a região mergulhou em uma de suas maiores crises econômicas.
Estudo da Universidade da California em Los Angeles (Ucla) sugere que a economia do Estado já teria voltado a crescer antes do terremoto.
Os estragos teriam somente dado um empurrão adicional aos indicadores positivos.
As construtoras e imobiliárias tinham em janeiro uma previsão de construir 90 mil novas casas este ano na Califórnia, 10 mil a mais que no ano passado.
E as vendas de imóveis já prontos subiram 30% entre junho e janeiro passados.
Em abril de 93, a previsão de venda de imóveis era de 380 mil unidades no ano. Em janeiro, o número já havia saltado para 520 mil/ano.
Entre as empresas, o total de falências caiu 20% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Logo no início do ano, também antes do terremoto, a consultoria Salomon Brothers, uma das mais conceituadas dos EUA, já recomendava a compra de ações de empresas da Califórnia.
Segundo o estudo da Ucla, a taxa de desemprego na região deve cair para menos de 7,6% em 96.
Os economistas avaliam que os governos estadual e federal têm sido os grandes responsáveis pela recuperação econômica do Estado e estariam injetado mais dinheiro na região há algum tempo.
O terremoto de janeiro teria apenas despejado mais de uma só vez.

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