São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
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Pequenos unem forças sob o mesmo teto

NELSON ROCCO

Espaço, aluguel, despesas de manutenção, telefone, salário de funcionários comuns e até clientes são rateados

Empresas de pequeno porte estão dividindo salas em imóveis comerciais, linhas telefônicas e o serviço de funcionários como forma de baratear os custos.
A proximidade física faz com que os empresários dividam não apenas despesas com aluguel, água, luz, telefone, salários e encargos sociais, mas também o atendimento aos clientes.
Luiz Almeida Marins Filho, 44, doutor em antropologia e autor do livro "Socorro! Tenho um Sócio" (Ed. Harbra, 91 páginas, 15,70 URVs) diz que essa prática já é comum no exterior.
Marins recomenda às empresas que queiram se unir em um mesmo espaço que "não dêem atenção às picuinhas" que possam surgir.
"Você tem que ver se o seu objetivo está sendo atingido e se o cliente está sendo bem atendido", aconselha o consultor.
Fazer vistas grossas à preferência de uma secretária, recepcionista ou funcionário por determinada empresa é fundamental para a boa convivência.
Para evitar problemas, Marins diz que os empresários precisam combinar como agir com os funcionários comuns. É importante definir a quem eles devem levar os problemas.
Para uma convivência pacífica, é importante que não haja um "dono" do local, mesmo que alguma empresa ocupe maior espaço ou se destaque entre as demais.
Segundo Marins, deve-se buscar normas de organização interna em que essas diferenças não fiquem evidentes.
Cinco em um
A "Casa da rua Groenlândia", em São Paulo, está aberta há pouco mais de um mês. Ela tem 200 m2, 14 salas, e abriga cinco empresas.
No mesmo espaço convivem a assessoria de imprensa Toque Final, a agência de publicidade Union, a Joandre Ferraz Advocacia e a consultoria de recursos humanos e economia KVA.
Há outra agência de publicidade na casa. As sócias Lica Pimentel Colturato, 39, e Carola Muller, 44, dizem que estão fazendo uma busca para encontrar o nome da empresa.
O aluguel custa US$ 1.500. Uma recepcionista, uma copeira e um office boy prestam serviço para todas as empresas.
Segundo Joandre Ferraz, 45, seu escritório, a KVA e a Union arcam com a maior parcela das despesas. As outras duas empresas pagam um valor referente a 15% do aluguel para usar as salas e os serviços.
Ferraz conta que tem vários clientes na área de turismo. A idéia de agregar várias empresas surgiu para atender às múltiplas necessidades da clientela.

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