São Paulo, terça-feira, 19 de abril de 1994
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Denilto Gomes morre em São Paulo aos 40

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A dança contemporânea brasileira perde Denilto Gomes, que morreu de complicações decorrentes de Aids no domingo.
Denilto completaria 41 anos no próximo sábado. Ao longo da carreira iniciada aos 18 anos, sempre pesquisou um vocabulário próprio, que se destacava como um dos mais criativos da dança experimental de São Paulo.
O último espetáculo de Denilto foi "Sáfara - Ciranda para uma Lua e Meia", que estreou em novembro de 92. "Sáfara" destacava a associação de elementos urbanos e rurais, característicos da dança de Denilto.
Antes de "Sáfara", Denilto havia se dedicado a uma série denominada "Serra dos Órgãos", que resultou em quatro versões. A última foi aclamada como um dos melhores espetáculos de sua carreira.
Nascido em Sorocaba, Denilto começou fazendo teatro amador. Em seguida, entrou para o grupo de dança de Janice Vieira.
Em São Paulo, Denilto estudou no Balé Stagium. Depois, durante um período nos Estados Unidos, realizou cursos das técnicas de Martha Graham e José Limon.
O contato mais marcante em Nova York foi com a dança de Alvin Nikolais –de quem absorveu o apurado senso plástico que marcaria suas coreografias.
Há cinco anos, em entrevista a Sebastião Milaré, publicada na revista "Artes", declarou:
"Dança é despojamento, é tentar a simplicidade máxima, no sentido de traduzir tudo através do corpo. O corpo é a linguagem perfeita do homem. Quando a gente encontra essa simplicidade, esse desvestimento, encontra o tom perfeito."

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