São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 1994 |
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Família de Dener pode ter perda de US$ 450 mil
UBIRATAN BRASIL
Um desentendimento entre os dirigentes da Portuguesa e do Vasco da Gama ameaça a família do jogador Dener a sofrer um prejuízo financeiro. A quantia é de US$ 450 mil (CR$ 491 milhões), referentes aos 15% de um seguro de vida avaliado em US$ 3 milhões (CR$ 3,2 bi). Dener, 23, morreu no Rio de Janeiro na manhã de anteontem, quando o carro em que viajava bateu em uma árvore junto à lagoa Rodrigo de Freitas. Ele voltava de São Paulo com um amigo, que dirigia seu Mitsubishi. Na hora do choque, Dener dormia com o banco reclinado. Teve o pescoço comprimido pelo cinto de segurança e fraturou a coluna. O motorista sobreviveu. A desavença entre os dirigentes começou quando o presidente da Portuguesa, Manoel Pacheco, revelou a existência de uma cláusula no termo de compromisso de empréstimo de Dener ao Vasco exigindo um seguro global. "Trata-se da nona cláusula. É bem clara a exigência de o Vasco fazer esse seguro, que seria de US$ 3 milhões, o mesmo valor do passe do jogador", disse Pacheco. O vice-presidente do Vasco, Eurico Miranda, porém, negou tal abrangência. "Fizemos, como sempre acontece, um seguro de trabalho. Nada mais. Não temos que pagar nada", rebateu. A situação ameaça terminar na Justiça. Manoel Pacheco pretende comunicar amanhã aos dirigentes do Vasco sua intenção de exigir judicialmente a quantia. A determinação cresce com a frustração pelo fim da negociação com o Stuttgart –o clube alemão comprou o passe do jogador por US$ 3 milhões. As acusações de irregularidades atingem também a Portuguesa. O clube não pagou US$ 52.500 (CR$ 57,3 milhões), referentes aos 15% que o jogador tinha direito sobre seu empréstimo ao Vasco. Para amenizar a situação, os dirigentes prometeram ressarcir a família em todos os aspectos. "Vamos pagar à mãe de Dener todos os prêmios que os jogadores vão receber até julho", disse Eurico. Dener também contava com o dinheiro. Em seu último dia de vida, acertou os detalhes do pagamento da compra de dois apartamentos. Um para a mãe, no Jardim São Paulo (zona norte de São Paulo), e outro para a mulher, em Santana (zona norte). Ambos avaliados em US$ 200 mil cada (CR$ 218 milhões). Texto Anterior: Time explora cansaço corintiano Próximo Texto: Tia negocia com os clubes Índice |
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