São Paulo, sábado, 23 de abril de 1994
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Vasco diz que não fez seguro para Dener

DA REDAÇÃO E DA FT

O presidente da Portuguesa, Manuel Pacheco, deve entrar terça-feira com uma ação contra o Vasco da Gama. Ontem à tarde, Pacheco disse que esperará até terça-feira para que o clube carioca envie uma cópia do seguro de vida previsto no contrato de empréstimo do meia Dener, morto terça-feira.
Mas, no Rio, o diretor de futebol do Vasco, Eurico Miranda, confirmou que o seguro não foi feito. Segundo Miranda, a legislação brasileira proíbe que um seguro desta natureza tenha como beneficiário uma empresa ou associação.
Miranda afirmou que mesmo que o seguro tivesse sido feito, a Portuguesa não receberia o prêmio. Segundo ele, o beneficário teria que ser uma pessoa, por exemplo um parente do jogador morto.
Quando emprestou Dener ao Vasco, a Portuguesa exigiu que fosse feito um seguro de vida e acidentes pessoais com prêmio estipulado em US$ 3 milhões (CR$ 3,6 bilhões, pelo câmbio comercial).
Ontem, o dirigente divulgou para os jornalistas o contrato do empréstimo de Dener ao Vasco. "A cláusula nove diz que obriga-se a cessionária a fazer um seguro de vida e acidentes pessoais ao atleta, na prática do futebol e fora dele."
Pacheco disse que vai até as últimas consequências para que o Vasco pague essa importância ao clube e à família do jogador –15% do total ou US$ 450 mil.
O dirigente, que trabalha como advogado há mais de 20 anos, declara que o texto do contrato não deixa margens a dúvidas e quer que o Vasco ressarça os prejuízos à Portuguesa.
Ele disse não estar preocupado com o estremecimento das relações entre os dois clubes, mas apenas com o dinheiro que teria a receber. "Nós precisamos zelar pelo nosso patrimônio. De forma alguma iríamos liberar um jogador do nível de Dener sem tomar as devidas cautelas. Agora, o Vasco terá que mostrar as provas", justificou.
"Pela experiência que tenho na área jurídica, se formos obrigados a entrar com um processo na Justiça, levará de dois a três anos para recebermos esse dinheiro. É uma pena, pois contávamos com a venda do Dener para reforçar o elenco para o Brasileiro. O nosso pensamento era contratar três jogadores em nível de seleção."

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