São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Venda de TV bate recorde em 94

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Com ou sem tetra campeonato da seleção brasileira, a indústria de televisores já se considera vitoriosa antes do início da Copa: vai bater recorde de vendas em 1994.
Se levado em conta o ritmo de consumo dos primeiros meses deste ano -21% maior do que o de igual período de 1993 –, deverão ser comercializadas 4 milhões de TVs em cores neste ano. Em 1993, foram 3,3 milhões de unidades.
Para um especialista do mercado, as vendas de TVs vão muito bem porque o Brasil está saindo da recessão. A Copa do Mundo é um estímulo a mais.
O crediário em URV, mais longo, também anima o consumo. E mais, dizem os fabricantes, em três anos, os preços dos produtos – em dólar – caíram entre 30% e 35%, em média.
Só nos últimos 12 meses, a queda foi de 16%, segundo levantamento da Gradiente em lojas das principais capitais. Uma TV de 20 polegadas, com controle remoto, custava para o consumidor US$ 454 em maio de 1993. Em abril, saía por US$ 380.
Surpresa para os fabricantes neste ano é que nos anos de Copa do Mundo – de 1978 a 1990 – nunca se vendeu mais do que 3 milhões de televisores em cores e preto e branco.
O melhor dos anos de Copa foi 1986, com a venda de 2,91 milhões de unidades. Se confirmada a previsão dos fabricantes, 1994 vai registrar aumento de vendas de 50% sobre 1986.
Incluindo os TVs em preto e branco, a estimativa dos empresários é a de comercializar cerca de 4,35 milhões de aparelhos no ano.
João Hippolito Neto, diretor de negócios para a linha de imagem da Sharp do Brasil, diz que os números de vendas de TVs nos últimos 12 anos mostram que o país parou.
"O Brasil cresceu de 1982 para cá mais ou menos o tamanho da Argentina de hoje. Só que o consumo não aumentou na mesma proporção."
Em 1993, diz ele, a indústria de televisores atendeu parte desta demanda reprimida. Isso ocorre também neste ano.
Nos seus cálculos, se a enconomia estivesse estabilizada e o consumo em ritmo normal, os fabricantes poderiam facilmente vender 5 milhões de televisores neste ano.
A Sharp, diz ele, que estima deter 20% de participação neste mercado, deve comercializar cerca de 800 mil aparelhos em 1994 – 25% a mais do que o do ano passado.
A Gradiente, que crê participar com 5% da venda de TVs,programa para o primeiro semestre venda de 80 mil aparelhos, 54% a mais do que em igual período de 1993, diz Flávio Penna, gerente de produto para áudio e vídeo.
A diretoria da CFCE prevê para este primeiro semestre venda 25% maior do que a de igual período do ano passado.

Texto Anterior: Pesquisa avalia qualidade na indústria de autopeças
Próximo Texto: Vapor faz a revolução da panela
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.