São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 1994
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Bicudo diz que houve acordo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Hélio Bicudo (PT-SP) denunciou ontem a existência de um acordo entre o PMDB, PFL e PPR para inocentar o deputado Ricardo Fiuza.
Além de Fiuza, o acordo teria o objetivo de beneficiar o deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), também com o pedido de cassação feito pela CPI do Orçamento.
"Só os peixes pequenos são punidos. Nossa cultura é essa. Para os grandes, a impunidade", afirmou Bicudo, antes da reabertura do julgamento do deputado.
Fiuza e Ibsen são as principais lideranças políticas entre os 18 parlamentares acusados pela CPI. Além do peso político, os dois processos têm pontos semelhantes.
Eles não são acusados de usar dinheiro de subvenções sociais, uma das denúncias que levou ao pedido de cassação da maior parte dos envolvidos pela CPI.
Mas são acusados de omissão quanto às irregularidades na Comissão de Orçamento.
No julgamento, os deputados do PMDB Nelson Jobim (RS) e José Luiz Clerot (PB) fizeram discursos defendendo Fiuza.
"Débito não é crime", afirmou Jobim, defendendo o empréstimo de Fiuza junto à Caixa Econômica Federal (veja quadro nesta página).
As principais lideranças do PFL acompanharam todo o julgamento na tentativa de convencer os deputados a votarem contra o relatório de Bicudo e a favor de Fiuza.
"Não tem acordo. Estou convencido da inocência do deputado Fiuza. Nós temos que decidir com os fatos que estão no processo", afirmou Clerot.
O líder do PFL na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (BA), negou-se a comentar a acusação. O presidente da CCJ, José Thomaz Nonô (PMDB-AL), disse ter "certeza que inexiste este tipo de entendimento partidário".

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