São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 1994
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Malan nega prejuízos na compra de garantias

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Pedro Malan, disse ontem que a compra de garantias para o acordo da dívida externa, feita em sigilo pelo governo, não trouxe prejuízo para as reservas em dólar do país.
Malan prestou esclarecimentos ontem na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Os parlamentares suspeitavam que as operações do governo haviam encarecido as garantias compradas.
As garantias, que são títulos do Tesouro norte-americano, deveriam ter sido adquiridas diretamente junto ao governo dos EUA. Isso não foi possível devido à falta de um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
O FMI não fechou um acerto com o Brasil, em março, por considerar inconsistentes as projeções de resultados das contas públicas. O Fundo preferiu aguardar a criação da futura moeda, o real.
Segundo Malan, não houve qualquer comissão paga às corretoras que compraram os títulos para o BC. As garantias custaram US$ 2,74 bilhões, segundo documento entregue aos senadores.
Malan não respondeu que corretoras e intermediários foram contratados pelo BC na compra das garantias. Disse que revelaria os dados aos senadores em reunião fechada, para evitar manipulações por investidores externos.
Mas os senadores abriram mão das informações. Segundo Ronan Tito (PMDB-MG), seria perigoso fazer a sessão, porque os dados poderiam vazar para a imprensa.

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