São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 1994
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Descaso com veículos e estradas preocupa

DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de normas técnicas para fixação dos bancos na carroçaria é um agravante dos acidentes com ônibus, segundo Roberto Scaringela, 53, diretor do Instituto Nacional de Segurança no Trânsito.
Esse problema causa o engavetamento das cadeiras o que é uma das principais causas de mortes e ferimentos nas batidas.
Para Scaringela, a frota sucateada de ônibus e a manutenção preventiva negligenciada são outros grandes fatores de risco.
A situação das estradas –com buracos, falta de defesas e com mato cobrindo as placas de sinalização– também é causa de muitos acidentes.
Scaringela acredita ainda que parte dos motoristas não está capacitada e nem recebe treinamento específico para agir em casos extremos. Por outro lado, o pessoal técnico de engenharia de trânsito e os policiais não monitoram o trânsito em casos de perigo.
Outro fator preocupante, para Scaringela, é a manutenção com peças remanufaturadas. Scaringela chama de "mercado criminoso" o recondicionamento sem especialização de peças vitais como o eixo dos ônibus.
"No dia seguinte ao do acidente leio nos jornais que o motorista 'perdeu a direção', mas na verdade o que aconteceu foi a quebra de uma peça vital mal recondicionada", disse.
A empresária Maria Estela Mazon Albejante, 39, supervisora de Recursos Humanos das empresas Viação Santa Cruz e Expresso Cristália, diz que apenas 36% dos motoristas são aprovados para trabalhar em um dos 250 ônibus das suas empresas.
Ela diz que o lugar mais seguro dentro de um ônibus é sentado no meio do coletivo e na fileira atrás do motorista. Diz que o conselho já era dado por seu pai e era fruto da experiência no atendimento de casos de acidente.
Nas linhas regulares ela aconselha os usuários a se preocupar com a idoneidade da empresa transportadora e observar o motorista.
Segundo Maria Estela quando subir no ônibus o usuário deve observar o porte do motorista e se cientificar de que ele não aparente estar alcoolizado. Em caso de dúvida ela aconselha o passageiro a não embarcar e fazer valer os seus direitos.

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