São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 1994 |
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Sindicatos da construção vão importar cimento
EDUARDO BELO
O produto hoje é negociado em torno de US$ 140 por tonelada no mercado interno, afirma Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon São Paulo. Os sindicatos estão preparando um edital de concorrência internacional para comprar o cimento. A data de conclusão não foi fixada. A quantidade a ser importada e a origem do produto não estão definidas. É possível que se crie um canal permanente de negócios, segundo Zaidan. Devem participar da compra os sindicatos de São Paulo, Minas e Rio. Ainda não está decidida a participação do Sinduscon gaúcho. O objetivo é fazer frente aos aumentos de preço do cimento. Segundo o Sinduscon paulista, o produto custa hoje 35% mais em URV que na média dos quatro meses finais de 1993. Nesse período, o cimento foi vendido às construtoras por em média US$ 5,18 o saco (50 kg). Hoje o produto custa em torno de US$ 7,00, diz Zaidan. O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento foi procurado para comentar a importação. A informação disponível era que o presidente, Fernando Santos, e toda a diretoria se encontram em viagem. O cimento não é a única matéria-prima com problemas na construção. O Sinduscon de São Paulo elaborou lista com os produtos de maior aumento em URV. Nove itens subiram mais de 15% em URV sobre a média de setembro a dezembro de 1993. Segundo Zaindan, isso ocorre porque os fornecedores de material de construção não considerarm o custo financeiro na hora de transformar os preços em URV. As empresas retiraram de seus preços um percentual menor que a projeção de inflação embutida como custo financeiro, diz Zaidan. Ele afirma que o setor está vivendo uma "síndrome de congelamento": todos procuram garantir o preço contra eventuais surpresas na economia. O vice-presidente do Sinduscon diz estar se reunindo com os setores de tubos de PVC, vidros, tintas, concreto e aço para renegociar preços. Só vidro e tubos não estão na lista de aumentos. O setor reclama também das alíquotas de importação. Na semana passada o governo baixou a taxa de importação de 17 produtos de 20% para 2%. De material de construção, só louças sanitárias. O Sinduscon está levantando as matérias-primas "importáveis" e acompanhando a evolução dos preços. Se for o caso, vai pedir ao governo que as inclua na próxima lista de redução de alíquotas. Texto Anterior: Inflação fica em 40,9% pelo IGP-M Próximo Texto: Conta de luz passa à URV em 1º de junho Índice |
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