São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 1994
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Budistas célebres falam da visão do diretor

DO "CORRIERE DELLA SERA"

Na pré-estréia de "O Pequeno Buda" em Paris em novembro do ano passado compareceram nomes como o Dalai Lama Tenzin Gyatsa (Oceano de Sabedoria), Prêmio Nobel da Paz de 1989, o mestre da fotografia Henri Cartier-Bresson e o produtor de cinema Daniel Toscan du Plantier.
Após o fim da sessão, o Dalai Lama colocou afetuosamente no colo do diretor Bernardo Bertolucci uma "khata", a écharpe branca utilizada nos rituais tibetanos.
Sem querer pronunciar julgamentos, o chefe espiritual budista apenas disse: "Esse buda é diferente de como eu o entendo. O filme, no entanto, passa uma boa mensagem de amor comum a todas as religiões, mas presente, principalmente, no ensinamento do budismo".
Divergentes e contrastantes são as impressões dos intelectuais que assistiram ao filme. Henri Cartier Bresson, budista, não deixou de manifestar sua perplexidade: "Nas cenas americanas o filme vai bem. Nas sequências relativas à antiga India, onde viveu Sidharta, falta ao filme espiritualidade. Lembra alguns filmes dos tipos de Cecil B. De Mille".
O produtor Toscan Du Plantier, que realizou diversos filmes de Federico Fellini, mostrou também algumas reserva: "O filme de Bertolucci corre no fio da navalha, numa vertente daquilo que pode ser aceito ou rejeitado".
Entusiasta, o budista americano Nicholas Vreeland disse: "É um trabalho magnífico".
Tradução de Anastasia Campaneruti

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