São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 1994
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Revisão exclusiva; Anistia; Lista do bicho; Fiuza inocente; "Depois de..."

Revisão exclusiva
"Ainda bem que temos com quem nos identificar neste país. O editorial publicado ontem sobre a assembléia revisora exclusiva expressa o que todos nós pensamos e, não obstante, temos dificuldade em transformar em projeto. Com o gesto, a Folha mais uma vez mostra que é um jornal à frente de seu tempo."
João Alves de Queiróz Filho, presidente do Grupo Arisco (São Paulo, SP)

"Mais uma vez, a Folha, movida pela ira dos justos, lança a campanha patriótica pela convocação de uma assembléia revisora exclusiva, o melhor caminho que nos resta para realizar as reformas estruturais de que o país necessita, com urgência, para vencer a crise e retomar o crescimento em bases sólidas. Como bem disse o editorial deste jornal, é uma proposta ousada, e são muitas as dificuldades, de ordem jurídica e política, que a podem impedir. Mas é plenamente viável se aos homens de bem deste país não faltarem a mesma força de vontade, ousadia e coragem da Folha."
Luiz Antônio de Medeiros, presidente da Força Sindical (São Paulo, SP)

"Congratulo-me com a iniciativa e a coragem da Folha, no editorial 'Pela revisão exclusiva', publicado ontem. Realmente muitas coisas não podem continuar como estão nesse país e tudo começa pela revisão constitucional, que é de fundamental importância. A revisão exclusiva é a única saída diante do fracasso da atual revisão e da manifesta falta de interesse e pequenez da maioria absoluta dos nossos políticos. Desejo sucesso à Folha nessa corajosa campanha."
Eugênio Emilio Staub, diretor-presidente da Gradiente Eletrônica S.A. (São Paulo, SP)

"Parabéns pelo editorial 'Pela revisão exclusiva'. Posição clara e construtiva, permeada por bom senso e pragmatismo. Muito bom. A idéia é ótima. Mas e agora? Cabe a vocês a tarefa de dar prosseguimento a sua iniciativa: legitimidade é coisa séria, porém muito relativa. Por que não levantar os nomes de 'notáveis' de nossa sociedade, pessoas de renomada capacidade e reputação, e apresentá-los como possíveis candidatos, apartidários, a formarem a dita assembléia revisora?"
Caetano Alvarenga Maia (Belo Horizonte, MG)

"Corajosa, todavia coerente, a posição do editorial desta Folha de ontem, 'Pela revisão exclusiva'. O Brasil não pode ficar a reboque de vaidades pessoais, regionais e corporativas de políticos que pensam satisfazer individualmente seus interesses."
Herculano Domício Martins (Blumenau, SC)

"O editorial 'Pela revisão exclusiva' (Folha, 28/04), merece ser analisado com extrema cautela e espírito cívico. As normas de convivência e funcionamento de todos os segmentos da sociedade brasileira são ditadas pela Constituição demais leis que gravitam ao seu redor sem lhe agredir. Boa ou má, adequada ou não, ela é o espelho que reflete a nossa imagem trôpega, fruto de decisões erradas e acertadas, porém comuns ao Estado democrático e de direito. Tudo que se fizer na contramão da via constitucional, mesmo invocando relevante interesse nacional será golpe, além de constituir-se em perigoso precedente que poderá ser utilizado para o bem ou para o mal, cujos conceitos se invertem conforme as circunstâncias do momento."
Antonio Adalberto de Almeida (Belo Horizonte, MG)

"Tenho sérias restrições a alguns aspectos e atitudes da Folha. Mas, em compensação, tenho rasgados elogios a muita coisa boa que ela tem. O editorial 'Pela revisão exclusiva' é de uma lucidez e importância incalculáveis. A tese não é ousada, como diz o editorial; ela é lógica, natural, imperativa, insubstituível. Também não são gigantescas as dificuldades. Gigantescas são, isso sim, a irresponsabilidade, a incompetência e a falta de espírito público de grande parte do Congresso."
Ademar Freire-Maia (São Paulo, SP)

Anistia
"Que bom participar da luta da Anistia! Com isso tentamos eliminar do mundo a opressão à consciência livre. Essa é uma luta que engaja 10%. Abre a possibilidade de ter os 90% na outra luta, que engloba a enorme quantidade de seres humanos que estão fora do mercado de trabalho, do consumo e até do alimento. Quem bom se a luta puder avançar!"
Tomie Ohtake (Santos, SP)

Lista do bicho
"Quero cumprimentar o jornalista Janio de Freitas. Mais uma vez ele demonstra porque é considerado um dos jornalistas mais corajosos e mais lúcidos deste país, no enfoque que ele está dando para o caso das listas da contravenção no Rio de Janeiro. Parece às pessoas, em algumas ocasiões, que nós do PDT temos 'a mania' da armação. Nos atribuem uma certa 'paranóia'. Mas neste caso, talvez como em nenhum outro, o jornalista Janio de Freitas prova que armações existem, e certos inimigos são reais."
Nelson Wedekin, senador pelo PDT-SC (Brasília, DF)

Fiuza inocente
"Constatei na seção Frases desse prestigioso jornal afirmativa que não fiz: 'a defesa do deputado Fiuza é tecnicamente perfeita'. Disse apenas que essa defesa era formalmente bem feita. Pois, se não a aceito não a poderia considerar perfeita."
Hélio Bicudo, deputado federal pelo PT-SP (Brasília, DF)

Nota da Redação – A declaração do deputado Hélio Bicudo (PT-SP) foi dada na quarta-feira, por volta das 10h, no plenário da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. Bicudo foi cercado por jornalistas e, perguntado sobre a defesa do deputado Ricardo Fiuza (PFL-PE), classificou-a como "perfeita tecnicamente". A frase não foi ouvida somente pela Folha.

"'... Não!!!'. 'Não, 27...'. 'Palmas, gritos, festejos...'. Estava encerrado. Fiuza inocente. Fiuza inocente? Aquele bigodão, aquela cara honesta. É, ele não podia ser culpado, não é mesmo? E também, com tanto político na Comissão de Orçamento, esperar o quê? Culpados somos nós, pagadores de impostos, com a espada do Osiris sobre a cabeça. Você recebeu a cartinha da Receita Federal? O Fiuza, acho que não."
Marco Antonio Santos Vicente (São Paulo, SP)

"Depois de..."
"Este país deveria chamar-se 'Brasil, o país do depois de'. Senão vejamos. Toda vez que desejamos discutir um assunto sério, de interesse coletivo, ouvimos de nosso interlocutor o chavão: vamos discutir isso depois de... seguido do feriado, feriadão ou evento que serve de pretexto para o adiamento da tomada de decisão. Em janeiro o refrão é: depois das férias escolares; em fevereiro, depois do Carnaval; em março, depois da Semana Santa; em abril, depois do feriadão de Tiradentes; em maio, depois do Dia do Trabalho; em junho, depois das festas juninas; em julho, depois das férias escolares e da Copa do Mundo; em outubro, depois da festa de Nossa Senhora Aparecida; em novembro, depois de Finados e do 15 de Novembro; em dezembro, depois do Natal, que ninguém é de ferro."
Braz Juliano (São Paulo, SP)

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