São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
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Professor de SP marca greve para 10 de maio

DA REPORTAGEM LOCAL

Professor de SP marca greve para 10 de maio
Professores da rede estadual de São Paulo decidiram entrar em greve a partir do dia 10 de maio caso o governo não faça nova proposta salarial.
A decisão foi tomada em assembléia na praça da Sé (região central de São Paulo), por 500 pessoas, segundo o sargento Nogueira da Polícia Militar, e 3.000, segundo a entidade dos professores.
O piso salarial –de 95 URVs– está menor do o que deflagrou a greve de 79 dias em 1993.
Em julho do ano passado, 20 horas de aula semanais correspondiam a um pagamento inicial mensal de 1,5 salário mínimo.
Hoje vale 1,46 salários mínimos, diz o presidente da Apeoesp (o sindicato dos professores), Roberto Felício, 42.
Segundo ele, se o governo mantivesse a primeira proposta –do salário ser convertido em URV no valor de 31 de março–, a greve poderia ser evitada.
Nesse caso, o piso ficaria em 118 URVs.
Nem a Secretaria de Estado da Educação nem a de Administração quiseram se manifestar ontem sobre a decisão da assembléia.
A Apeoesp reivindica, desde o início do ano, um piso emergencial de três salários mínimos –o que daria 195 URVs.
Os holerites dos professores ainda estão trazendo os valores dos salários em cruzeiros reais.
Segundo o governo, a folha de pagamentos está consumindo 99,7% do ICMS líquido –a principal fonte de renda do Estado.
Universidades
Os três reitores e as seis entidades que representam professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp se reuniram ontem no final da tarde para negociar salários.
As entidades reivindicam reajuste de 37% sobre o salário, que foi convertido em URV no mês passado.
Um professor doutor –nível da carreira que têm 1.800 dos 5.200 professores da USP– está recebendo inicialmente 1.190 URVs por dedicação exclusiva.
O topo da carreira –professor titular com dedicação exclusiva– recebe 1.676 URVs, sem contar os quinquênios.
Até o encerramento desta edição, a reunião não tinha acabado.
Uma manifestação de professores e funcionários em frente à Secretaria de Ciência e Tecnologia –onde ocorreu a negociação– reuniu cerca de 300 pessoas, apesar da convocação de greve pelas entidades.
A assembléia que decidiu a paralisação na USP tinha 50 pessoas.

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