São Paulo, sábado, 30 de abril de 1994
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Protesto de 3h congestiona ruas do centro

DA REPORTAGEM LOCAL

Motoristas de ônibus de São Paulo deixaram o trânsito um caos na manhã de ontem durante seu protesto por melhorias salariais.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) estimou os congestionamentos em 75 quilômetros, entre as 8h e as 11h.
A empresa costuma verificar nos horários de pico da manhã (entre 7h e 9h30) 50 quilômetros de engarrafamentos.
Cerca de 450 rodoviários pararam, a partir das 7h30, os ônibus em importantes cruzamentos do centro velho, como as esquinas das avenidas São João e Ipiranga e da Ipiranga e Rio Branco.
Os motoristas e cobradores –com data-base em 1º de maio– reivindicam 34% de reposição salarial (período fevereiro/abril), 7% de aumento real, além de assistência médica e cesta básica sem desconto na folha de pagamento.
O sindicato dos motoristas e cobradores de São Paulo estima que 90% dos 9.000 ônibus da cidade tenham aderido ao protesto.
Além do cruzamento da São João e Ipiranga e da Ipiranga e Rio Branco, o terminal rodoviário da praça das Bandeiras, um dos maiores do centro, foi bloqueado.
Dois sindicalistas foram detidos pela Polícia Militar no terminal, após discussão e troca de empurrões. Durante o princípio de tumulto, um PM quebrou o vidro da perua do sindicato.
A Polícia Militar chegou ao local às 9h30 para acabar com o bloqueio, iniciado às 8h30.
O terminal foi liberado às 10h e os últimos bloqueios –avenida Nove de Julho, ruas Libero Badaró e Xavier de Toledo– foram suspensos por volta das 11h.
Nos bloqueios da Ipiranga, São João e Rio Branco, a Tropa de Choque chegou às 9h30 –o protesto começara às 7h30.
O comando da guarnição negociou com os sindicalistas e conseguiu, às 10h30, que uma das faixas da Ipiranga fosse liberada.
No cruzamento das avenidas Ipiranga e São João e Ipiranga e Rio Branco, concentrou-se o maior número de ônibus usados no bloqueio (150). Às 11h10, o protesto foi suspenso no local.
Consequências
Os bloqueios –ônibus estacionados nas faixas de trânsito– tiveram reflexos nas avenidas que ligam o centro aos bairros.
Na Radial Leste, os congestionamentos iam do centro ao bairro de Vila Carrão (zona leste), a dez quilômetros de distância.
Em direção à zona sul, os bloqueios no centro "engarrafaram" as avenidas 23 de maio, Rubem Berta, Moreira Guimarães e Washington Luís.
Na zona norte, o trânsito ficou parado nas avenidas Brás Leme e Santos Dumont, em consequência dos congestionamentos nas avenidas Rio Branco e Tiradentes.
Na direção oeste, as longas filas que partiam da rua da Consolação –alguns ônibus chegaram a ser parados junto à praça Roosevelt– atingiam a avenida Rebouças e a avenida Dr. Arnaldo.
Ainda na zona oeste, as avenidas Faria Lima e Eusébio Matoso tiveram trânsito lento pela manhã.
O trânsito na avenida Nove de Julho foi dificultado por uma concentração de ônibus junto ao túnel.
A CET organizou desvios nos pontos mais estrangulados. A empresa mobilizou 250 operadores de trânsito durante o protesto.

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