São Paulo, quarta-feira, 4 de maio de 1994
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Falta de organização desagrada Planalto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DO PAINEL, EM BRASÍLIA

Falta de organização desagrada Planalto
A falta de organização da campanha do virtual candidato do PSDB à Presidência da República, Fernando Henrique Cardoso, está atemorizando tucanos, pefelistas e o próprio Palácio do Planalto.
No Planalto, Itamar e seus assessores mais próximos avaliam que a candidatura ficou sem rumo porque perdeu muito tempo com a discussão do vice. A decisão de o ministro ir a Volta Redonda (RJ) para o comício do Primeiro de Maio, no último domingo, foi considerada "amadora".
A análise nos corredores do Congresso bate sempre na mesma tecla. O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, está na frente e, para tentar alcançá-lo, a estratégia de campanha tem que ser perfeita –o que não está ocorrendo.
O coordenador da campanha, Euclides Scalco, está no Paraná acompanhando a recuperação de sua mulher, que foi operada. Volta a Brasília na próxima semana.
A arrecadação de fundos para a campanha ficou a cargo do ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira. As contribuições podem ser feitas após a convenção, no próximo dia 14. Apesar da proximidade da data, não há estrutura para receber doações.
A falta de organização ficou clara em Volta Redonda. A Força Sindical havia preparado uma comemoração pelo Dia do Trabalho, com a apresentação da dupla sertaneja Leandro e Leonardo.
FHC foi ao palanque e, percebendo que o público queria mesmo era ver o espetáculo, acabou discursando por dois minutos. Parte da platéia vaiou o candidato e pediu que o show começasse logo.
Preocupados com a situação, os assessores de FHC começaram ontem a divulgar a agenda de viagens do candidato. Na sexta, ele vai a Campinas (SP) se encontrar com prefeitos e vereadores da região.
"Os que consideram importante sair agora às ruas são a imprensa e os militantes, a população ainda não está acompanhando a sucessão", disse FHC.
O Palácio do Planalto atribui a dificuldade para a candidatura decolar às discussões com o PFL em torno do vice. Esas discussões teriam ganho dimensão desnecessária dentro do próprio PSDB.
(Gabriela Wolthers, Sônia Mossri e Inácio Muzzi)

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