São Paulo, quarta-feira, 4 de maio de 1994 |
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Pagamentos a hospitais privados inquietam Ministério da Fazenda
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
O aumento inquietou o Ministério da Fazenda, especialmente porque esses gastos estão fora de controle. Não há garantia nenhuma de que ficarão nesse patamar. O problema, como se diz no jargão do Ministério da Fazenda, é que "cada brasileiro é um ordenador de despesa do Tesouro". Traduzindo: qualquer pessoa que entre num hospital conveniado do SUS, Sistema Único de Saúde, está gerando uma despesa para o governo federal. O hospital faz o atendimento e manda a conta para o Tesouro. Como o governo não tem condições de controlar todos esses atendimentos pelo país, é grande o risco de superfaturamento. Ou seja, de uma operação de apendicite ser faturada como cirurgia cardíaca. Técnicos dos Ministérios da Saúde e da Fazenda, observando as últimas contas, encontraram o caso de uma cidade em que metade da população foi atendida na rede hospitalar privada, segundo os relatórios dos próprios hospitais. Uma situação limite como essa gera investigação, mas os técnicos sabem que, hoje, não conseguem controlar todo o sistema. Por isso, além de fazer auditoria em todos os gastos de saúde, pedida pelo presidente Itamar Franco, os Ministérios da Fazenda e da Saúde estão estudando maneiras de controlar e impor limites a essas despesas. Texto Anterior: Orçamento revisto cresce US$ 12,95 bi Próximo Texto: Receita fica sem verba para rever carreira Índice |
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