São Paulo, quarta-feira, 4 de maio de 1994
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Pesquisadores dos EUA cremaram bebês mortos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cientistas dos EUA cremaram bebês que nasceram mortos na década de 50, como parte de experimentos secretos para medir níveis de radiatividade.
Os experimentos foram revelados ontem com a divulgação de registros secretos dos laboratórios do Departamento de Energia, em Los Alamos.
Pesquisadores da Universidade de Chicago queriam avaliar o impacto dos testes de armas nucleares na atmosfera.
Eles usaram 44 natimortos e partes de cadáveres de adultos no chamado Projeto Sunshine (brilho do Sol).
Esse nome foi dado ao projeto porque se acreditava que a radiatividade proveniente de explosões nucleares estaria por toda a parte, como o brilho do Sol em torno do planeta.
Nos documentos divulgados, não se diz como eram obtidos os cadáveres, nem se os pais dos bebês mortos autorizavam os experimentos.
Os pesquisadores analisavam tecidos humanos e de animais incinerados, amostras de solo e de ar em busca de átomos radiativos como o césio-137 e o estrôncio-90.
Os átomos radiativos teriam chegado à atmosfera com os testes nucleares.
Com o estudo, os cientistas concluíram que os níveis de radiatividade causados pelos testes nucleares eram bem menores que os causados por fontes naturais.
Os testes constavam de dois relatórios da empresa RAND Corp, de 1953 e 1954.
O Congresso dos EUA está investigando o uso de seres humanos em testes de radiação desde o ano passado, quando o Departamento de Energia liberou ao público documentos que eram secretos na época da Guerra Fria.

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