São Paulo, quarta-feira, 4 de maio de 1994 |
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Causa da batida vai ser revelada
HUMBERTO SACCOMANDI
Quem diz isso é o físico brasileiro Osvaldo Negrini Neto, da ONN Consultoria Pericial, que faz perícias em acidentes de trânsito. Segundo ele, é possível identificar, por exemplo, se uma peça quebrou por tensão estrutural (durante a corrida) ou pelo impacto no muro. A tensão estrutural deixa marcas diferentes na peça. "Obviamento é difícil encontrar esses vestígios, mas isso já foi feito antes e eles têm na Itália laboratórios especializados capazes disso", afirmou Negrini. Outro modo de descobrir uma quebra durante a corrida é analisar marcas deixadas nos fragmentos das peças. Esses fragmentos foram recolhidos pela perícia italiana. "Se uma peça da suspensão quebrou enquanto a roda ainda estava girando, isto é, durante a corrida, pode haver marcas ou sulcos circulares", disse. A peça quebrada deixa marcas nas outras. Segundo ele, com uma peça dessas é possível estabelecer se houve tensão de movimento (peça quebrou em movimento) ou tensão de impacto (quebrou no impacto). A perícia poderá ainda determinar o que causou as fraturas no crânio do piloto brasileiro. Negrini acredita que o piloto bateu de cabeça contra a parede. "Àquela velocidade, num impacto frontal de cabeça, a proteção oferecida pelo capacete é muito pequena. Ter capacete ou não dá quase na mesma", disse Negrini. Pelos resíduos de tinta na parede, os peritos italianos poderão identificar a posição exata da Williams de Senna no momento do choque. Isso e vestígios no capacete poderão revelar se ele bateu mesmo a cabeça no muro. A análise técnica dos restos do carro de Ayrton Senna será feita pela polícia italiana, com a ajuda de consultores especializados. O relatório com os resultados será enviado à Justiça italiana, que está realizando um inquérito para apurar as responsabilidades pela morte de Senna. (HuSa) Texto Anterior: FIA discute mudanças hoje Próximo Texto: Senna não teve tempo de reação Índice |
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