São Paulo, quarta-feira, 4 de maio de 1994 |
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De graça, Brahma é a marca mais vista na TV
NELSON BLECHER
Aferição do Datafolha revela que, de quase duas horas de programação futebolística, no dia 20 de abril, flagrantes de merchandising que remetem à campanha da Brahma somaram 34min46s na Globo e de 43min6s na Bandeirantes. Já os comerciais, vinhetas e selos das marcas concorrentes, detentoras de cotas de patrocínio das emissoras, mal ultrapassaram cinco minutos de veiculação. Imagens da campanha da Antarctica ocuparam a tela da Bandeirantes por 4min21s, enquanto as da Kaiser foram vistas durante 1min41s pelos telespectadores sintonizados na Globo. Para alcançar a proeza de conquistar mais espaço no vídeo que os próprios anunciantes, a Fischer & Justus, agência da Brahma, valeu-se de uma estratégia de guerrilha e inundou de merchandising as arquibancadas do estádio parisiense. Foram recrutados e uniformizados cerca 1.000 brasileiros que vivem em Paris. Esse exército de torcedores caracterizados portava bandeiras e faixas alusivas à campanha, como o gesto do dedo indicador. Eduardo Fischer, presidente da agência, afirma ter desembolsado US$ 110 mil pelo direito de arena do estádio, o que possibilitou à equipe desfilar com dois bandeirões e faixas próximas ao campo. Para assegurar o êxito da operação, Fischer diz que teve acesso prévio aos posicionamento das câmeras da TF1, a emissora francesa que gerou as imagens do jogo para as congêneres brasileiras. Afinal, todo o esforço seria desperdiçado caso os "torcedores" não fossem focalizados. Eles foram então treinados para se posicionarem de forma favorável nas arquibancadas. "Trabalhamos com quatro rádios, um telefone celular e o monitor com as imagens destinadas às emissoras brasileiras", diz o publicitário, ao acrescentar que a operação não consumiu mais de US$ 200 mil. A música tema da campanha da Brahma cantada pela "torcida" ao som da charanga foi ouvida cinco vezes na transmissão da Globo e 11 vezes na Bandeirantes, de acordo com o Datafolha. A Brahma investe US$ 25 milhões, segundo Fischer, em seu projeto de Copa do Mundo. No Carnaval, instalou um outdoor do "gesto mágico" na Marques de Sapucaí –atração fatal para as câmeras. Texto Anterior: Serginho ignora ameaça de agressão da torcida Próximo Texto: Kaiser faz queixa à Globo Índice |
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