São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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Preço de chácara cai em até 30% em SP

CARMEN BARCELLOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os preços de chácaras com casas e infra-estrutura de lazer (piscina, pomar, horta, jardim), na região metropolitana de São Paulo, tiveram uma redução em dólares de 20% a 30% no último ano.
A conclusão é de imobiliárias que atuam com pequenas imóveis deste tipo nos arredores de São Paulo, região de estradas como Raposo Tavares, Castelo Branco, Durtra e Fernão Dias.
"Com a recessão, ninguém tem dinheiro para investir em imóvel de lazer", afirma Eduardo Garcia, 43, da UAL. A imobiliária, que opera na região da Fernão Dias, tem 500 chácaras para venda por preços de até US$ 200 mil.
A mais barata, em Atibaia, com terreno de 1.000 m2, casa de dois dormitórios, piscina, churrasqueira e pomar, custa US$ 40 mil.
Na região da Raposo, a Proinvest tem 200 ofertas, de US$ 45 mil a US$ 300 mil. Hélio Alterman, 37, proprietário da empresa, afirma que uma chácara em Cotia, de 1.300 m2, com casa de três quartos teve o preço reduzido de US$ 60 mil para US$ 45 mil.
Apesar da queda nos preços, o que está emperrando os negócios é o prazo de pagamento. "Quem vende quer receber à vista ou no máximo em três vezes. Quem compra quer até quatro anos para pagar", diz Alterman.
Tito Lívio Garini, 54, da imobiliária Santa Clara, na rodovia Fernão Dias, conta que não vende nada há três meses.
Segundo ele, uma propriedade com 800 m2, casa de 200 m, piscina, pomar e churrasqueira caiu de US$ 35 mil para US$ 25 mil.
Para os donos de imobiliárias, há uma expectativa de que o mercado melhore com a chegada do real. "Esperamos uma estabilização da moeda para termos prazos mais longos", diz Alterman.
A compra de uma chácara pronta é a melhor opção para quem quer começar a curtir a vida do campo sem demora. Foi o caso do casal Olindo e Celina Masuda.
Eles compraram uma propriedade com casa, pomar e horta, em parceria com dois cunhados, em Cotia, a 30 minutos de São Paulo.
"Se comprasse apenas o terreno, levaria mais de um ano para montar alguma coisa. Meus filhos já estariam grandes", afirma Olindo, 43. Apaixonado pelo pomar, já em produção, ele gaba-se: "Temos laranja, caqui, banana, cereja, jabuticaba, abacate e pinhão".
Masuda manteve o mesmo caseiro. Até os cachorros (quatro) que os filhos, Flávio, 13, e Fausto, 8, tanto queriam estavam incluídos no negócio.

LEIA MAIS
Sobre chácaras na pág. 10-7.

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