São Paulo, domingo, 8 de maio de 1994
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Inquisição desconfiou de Vieira

JOSÉ GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O padre jesuíta Antonio Vieira (1608-1697) foi um dos maiores escritores barrocos da língua portuguesa.
Nascido em Lisboa numa família pobre, foi trazido ao Brasil com seis anos. Estudou no colégio dos jesuítas, em Salvador, e entrou na Companhia de Jesus aos 15 anos.
Ordenou-se sacerdote em 1635, mas mesmo antes disso já rezava missas e catequizava índios. Entre 1641 e 1652 viveu em Portugal, onde atuou como pregador da Corte e conselheiro do rei d. João 4º. Participou de missões diplomáticas em vários países da Europa.
Ao mesmo tempo que firmava seu prestígio como um grande orador e autor de sermões, Vieira atraiu suspeitas da Igreja, por sua pregação em favor dos judeus (vistos por ele como necessários ao desenvolvimento econômico do reino e da colônia) e pelas profecias que sustentava.
Em 1661, a Inquisição abriu um processo contra Vieira. Em 1667 foi condenado, mas não teve que abjurar. Em 1668, conseguiu o perdão. Depois de viver em Roma, voltou em 1681 à Bahia, onde morreu em 1697.
Os "Sermões" e as "Cartas", em dezenas de volumes, são suas obras mais importantes.
(JGC)

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