São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sarney critica organização da prévia que indicará o candidato do PMDB

WILLIAM FRANÇA
ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA

O senador José Sarney (AP) criticou ontem a organização da prévia, que indicará o candidato do PMDB à Presidência, marcada para o próximo dia 15. "Há um certo tumulto", disse.
Além do ex-presidente, concorrerm à indicação do partido os ex-governadores Orestes Quércia (SP) e Roberto Requião (PR).
Para Sarney, os eleitores da prévia (dirigentes partidários e peemedebistas com cargo eletivo) estão "desmobilizados".
O senador esteve por quatro horas, ontem, em Goiânia. Foi aplaudido de pé por quase mil convencionais do PMDB, reunidos para homologar a coligação PMDB-PL-PSD no Estado.
A ida do ex-presidente à convenção foi articulada pelo ex-governador Íris Rezende –ex-ministro da Agricultura de Sarney. Foi tratado por Íris como "defensor dos goianos e amigo de Goiás".
Num discurso emocionado de meia hora, Sarney disse que não terá plano de governo, mas traçará metas. O ex-presidente lançou a "Marcha para o Oeste".
"O brasileiro não pode ficar igual a caranguejo, vivendo nas costas do país. Tem que fazer como fez os Estados Unidos há mais de cem anos, se voltar para o interior", disse Sarney no discurso.
Mais uma vez, Sarney usou o argumento da experiência para tentar ganhar votos na prévia. "Não vou aprender a ser presidente. Já conheço a porta, a caneta e os grupos de pressão".
Sarney disse que comandará uma "abertura ao desenvolvimento". Ele defendeu a integração do país através de ferrovias, como a Norte-Sul e a Leste-Oeste.
Sarney disse que irá procurar o presidente do PMDB, deputado Luiz Henrique (SC), para dizer que a prévia do partido "está com sua organização muito defasada".
O deputado Nelson Jobim (PMDB-RS) sugeriu ontem que a Executiva Nacional do PMDB se reúna para reexaminar a prévia do partido, diante da apresentação de denúncia contra Orestes Quércia.
Quércia foi denunciado por ter assinado protocolo para compra de equipamentos de Israel. A Procuradoria-Geral da República apontou irregularidades no caso.

Colaborou a Sucursal de Brasília

Texto Anterior: Cúpula pressiona o PT da Bahia
Próximo Texto: Quércia diz ter 70% dos votos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.