São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
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Assessor de Fleury nega ligação com bicheiros

CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
MARCELO GODOY

CLAUDIO JULIO TOGNOLLI; MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado aposentado e assessor do governo estadual Conrado José de Pilla negou ontem ter qualquer ligação com o jogo do bicho.
Ele disse que a divulgação da presença de seu nome na agenda do bicheiro Francisco Plumari Junior, o "Chico da Ronda", "não é uma injustiça, é uma canalhice".
Pilla afirmou que vê uma motivação política por trás da associação de seu nome a bicheiros. O objetivo seria atingir pessoas determinadas, entre elas, o ex-governador Orestes Quércia (PMDB).
Apesar de Pilla ter dito que nunca trabalhou diretamente com Fleury e Quércia ao depor no inquérito da corregedoria, a Folha apurou que ele acompanhou o ex-governador Quércia na campanha eleitoral de 86.
O delegado aposentado disse que não sabe como seu nome foi parar na agenda de Chico da Ronda apreendida pela corregedoria.
Pilla disse que sua função na campanha do governador Fleury era "fazer política". Ele entregou suas declarações de imposto de renda para a corregedoria.
"Não tenho que provar que não fiquei rico na polícia." Pilla afirmou não ter trabalhado com Fleury. Mas a Secretaria de Governo informou que só deixou a secretaria em novembro de 93. Fleury tomou posse em 91.
O delegado Ruy Estanislau Silveira Mello, 44, disse que Pilla lhe entregou escrituras de um apartamento no Guarujá (SP), de um em São Paulo, de uma casa e de uma loja em Rio Claro (SP).
A 6ª Delegacia Seccional estourou ontem duas fortalezas de bicheiros na zona sul. Em uma delas, foi preso o bicheiro David Shibabo e apreendida sua contabilidade.

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