São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
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Comissão da Câmara julga Ibsen hoje; Jobim faz defesa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Nelson Jobim (PMDB-RS) vai defender o ex-líder do partido Ibsen Pinheiro (RS), que será julgado hoje no plenário da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) sob acusação de envolvimento com o escândalo do Orçamento.
Jobim disse que não vai considerar o "clamor popular". "Na década de 40, o clamor popular produziu a lista de Schindler", afirmou, referindo-se a recente filme do cineasta Steven Spielberg sobre a perseguição aos judeus feita na Alemanha por Adolf Hitler.
Relator do Congresso revisor, Jobim já havia defendido os deputados Ricardo Fiuza (PFL-PE) e Carlos Benevides (PMDB-CE). Oficialmente, o PMDB decidiu não ajudar Ibsen.
O partido procura negar a denúncia de que teria feito um acordo com o PFL para preservar os mandatos de Ibsen e Fiuza.
Outro temor do PMDB é o "efeito Fiuza", como está sendo chamada a reação negativa à decisão de inocentar o deputado.
As lideranças partidárias avaliaram que o resultado do primeiro julgamento de Fiuza desgastou a imagem da instituição. A avaliação está preocupando o presidente da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PFL-PE).
O vice-líder do PMDB, deputado Germano Rigotto (RS), enviou telex ontem à bancada pedindo a participação nos trabalhos desta semana, o que inclui os julgamentos de Ibsen e de Fiuza.
O telex não trazia nenhuma orientação. "Não existe orientação do partido. A posição do partido é que cada um vote de acordo com sua consciência", afirmou.
Jobim disse ontem que a defesa de Ibsen tem "argumentos mortais". Um desses argumentos será mostrar, através de escrituras, que a denúncia feita pela CPI do Orçamento errou o valor de um imóvel.

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