São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
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ACUSAÇÕES E DEFESA DE IBSEN PINHEIRO

Cheques de Genebaldo
Tinha estreito relacionamento com os integrantes do esquema de corrupção na comissão de Orçamento. Recebeu três cheques no valor de US$ 34,6 mil do deputado Genebaldo Correia (PMDB-BA), também acusado pela CPI do Orçamento e que renunciou para evitar a cassação.
Defesa: os cheques foram para a compra de um consórcio de uma camionhete.

Apartamento
Compra de um apartamento em Porto Alegre (RS) por US$ 140 mil sem explicar a origem dos dólares para o pagamento da entrada.
Defesa: questiona os cálculos da CPI. A comissão usou o valor do dólar oficial enquanto que a transação utilizou outra cotação.

Operação Uruguai
Em março de 1990, antes do bloqueio dos cruzados pelo plano Collor, enviou US$ 110 mil para uma casa de câmbio com sede no Uruguai.
Defesa: nega remessa de dinheiro para o exterior. A operação foi em cruzados e a casa de banco fica do lado brasileiro da fronteira com o Uruguai.

Ganhos e gastos
Recebeu em suas contas bancárias, nos últimos cinco anos, US$ 847 mil sem justificar a origem do dinheiro. Como deputado, Ibsen recebeu no mesmo período US$ 430 mil.
Defesa: auditoria realizada por empresa privada, contratada pelo deputado, afirma que os créditos bancários são compatíveis com seus ganhos.

Fazenda subfaturada
Subavaliou em 77% a compra de uma fazenda no município de Butiá (RS) para pagar menos Imposto de Transmissão de Bens Imóveis.
Defesa: a CPI errou e o imposto devido foi pago.

Gado "escondido"
Omitiu na declaração de renda a variação no número de cabeças de gado de sua fazenda entre 1990 e 1992.
Defesa: não cometeu irregularidade porque não há incidência de imposto sobre nascimento e morte de animais.

CPI arquivada
Foi omisso ao contribuir para arquivar uma CPI criada em 1991 para apurar corrupção na comissão de Orçamento.
Defesa: adotou as providências que lhe cabia como presidente da Câmara.

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