São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
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Commodities é opção mais indicada

DA REPORTAGEM LOCAL

Buscar aplicações de curto prazo que permitam tirar proveito da política de juros altos. Esta é a receita do mercado financeiro para a transição à nova moeda, o real.
O fundo de commodities é o que melhor se encaixa neste figurino. Mas os analistas sugerem também, pela ordem, os fundos de renda fixa e DI, a caderneta de poupança, as aplicações indexadas à URV (Unidade Real de Valor) e a conta-remunerada (no caso do Nacional).
O investidor deve esqueçer dos antigos fundões, do ouro e do dólar. Somente um analista sugeriu aplicações em Bolsa –para os que tem "sangue-frio".
O fundo de commodities "é a alternativa mais procurada", afirma Antônio Pavão, diretor de mercado aberto e renda fixa do Bradesco.
O fundão em URV é, segundo Luís Eduardo de Assis, diretor de Investimentos do Citibank, uma boa sugestão para as pessoas que têm dívidas em URV.
O fundão em URV não tem ainda resgate automático, como o antigo e os fundos de commodities.
"Mas este é um problema operacional, que será sanado no curto prazo. Não é uma característica da aplicação", afirma Pavão.
Hoje as aplicações no fundão em URV do Bradesco representam 10% das do antigo. "Mas a tendência é crescer. A rentabilidade é melhor".
Celso Scaramuzza, diretor-financeiro do Unibanco, diz que as aplicações no fundão em URV estão crescendo "um pouquinho todo dia".
No Unibanco, a captação em CDBs à URV (CDBs) representa menos de 5% dos negócios realizados com CDBs prefixados.
Mas o volume de captação deve crescer, espera Geliniberti Fernandes Aguiar, diretor do Banco Nacional, quando o governo emitir seus títulos em URV.
"É fundamental, inclusive para balizar melhor os juros do mercado", diz.
João César Tourinho, do Banco Europeu, discorda. Para ele, "a URV é um bicho meio esquisito para o aplicador".
A poupança, acredita Aguiar, será uma boa alternativa desde que o governo mude a regra da TR, conforme estabelece a medida provisória.
Já os CDBs prefixados, são boa alternativa para este mês. Mas o risco cresce em junho. A transição das taxas vai depender da atuação do governo e não está claro quais serão as regras de passagem.

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