São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
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Greve na Receita prejudica entrega do IR

DA REPORTAGEM LOCAL E DA SUCURSAL DO RIO

Os auditores e técnicos da Receita Federal em São Paulo não atenderão a uma eventual convocação para receber declarações ou esclarecer dúvidas de contribuintes no fim-de-semana.
As duas categorias realizam desde ontem uma paralisação que vai durar até segunda-feira, último prazo para a entrega das declarações de Imposto de Renda.
Segundo o presidente da Associação dos Técnicos do Tesouro Nacional, Ismael Matos Meira, o movimento "sepulta esse prazo". O secretário da Receita, Osiris Lopes Filho, até ontem negava a possibilidade de adiar o prazo.
O diretor do departamento de comunicação do Una-Sindifisco (união nacional e sindicato dos auditores), João Luiz Jorge, afirma que o plantão fiscal, principalmente o telefone 146, funciona precariamente em São Paulo, com cerca de 20% da capacidade.
Os funcionários suspenderam todo o trabalho de blitz e julgamento de processos.
A paralisação completa dos técnicos interrompeu a regularização da situação de pessoas físicas e jurídicas com a Receita, necessária para viagens ao exterior.
Os auditores mantêm um serviço de emergência para cumprir os prazos judiciais de processos ou impedir sua prescrição.
A paralisação atinge ainda as "zonas primárias" –postos de fronteira, portos e aeroportos.
Auditores e técnicos reivindicam reposição salarial de 90,47%, a título de inflação em janeiro e fevereiro e perdas que teriam sido provocadas pelo Plano FHC.
Segundo a associação dos técnicos, o salário bruto médio da categoria está em 750 URVs. Já o Una-Sindifisco avalia em 1.500 URVs a remuneração média de um auditor.
As categorias querem a definição de uma política que preserve os salários após a chegada do real.
Os auditores reivindicam ainda um plano de carreira, segundo o diretor do Una-Sindifisco, "engavetado na Receita Federal e na Secretaria de Administração Federal".
No Rio, a greve parou os serviços de fiscalização de tributos e empresas no Rio. O plantão fiscal, que tira dúvidas do contribuinte sobre o IR, também não está funcionando.
Os auditores da Receita no Rio e no Espírito Santo aderiram ontem à paralisação.
A secretária-geral do Sindifisco no Rio, Alzenda Rego Barros, disse que, se as reivindicações não forem atendidas, a categoria realiza nova assembléia segunda-feira para decidir se entra em greve por tempo indeterminado.

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