São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 1994
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Pequeno aplicador busca proteção no dólar

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O dólar no paralelo esteve mais agitado ontem. Os pequenos aplicadores estão investindo em dólar como forma de se prepararem contra eventuais surpresas na troca da moeda para o real.
O deságio (diferença entre o dólar comercial e o paralelo) atingiu ontem 2,62%. Foi o menor deságio desde 29 de março último.
As declarações governamentais são no sentido de que não haverá perdas nas cadernetas, mas há sempre os investidores que fazem uma "fé" na moeda norte-americana em momentos de incerteza.
No mercado cambial, os bancos começaram o dia vendendo dólares ao Banco Central e no período da tarde estavam com posições mais compradas.
O governo promete juros reais (acima da inflação) altos, o que é um importante inibidor na manutenção de estoque de dólar.
As Bolsas de Valores estão sem rumo a curto prazo. Os volumes continuam baixos e os negócios nas mãos de profissionais do mercado.
Os especuladores "puxam" as cotações em um dia e vendem no dia seguinte. O índice da Bolsa paulista subiu 8,8% no dia anterior e caiu 0,1% ontem.
Alguns analistas explicam a estabilidade nos índices de preços das ações ontem pela baixa no índice Dow Jones da Bolsa de Nova York. Os investidores estrangeiros ainda possuem participação expressiva no mercado.
O Banco Central reajustou a taxa do overnight de 53,56% ao mês no dia anterior para 54,13% ontem.
A elevação nos juros do over provocou uma reação em cadeia no mercado financeiro. Os juros dos CDBs subiram 288 pontos em relação ao dia anterior.
O volume de negócios no mercado de Depósito Interfinanceiro futuro atingiu ontem o recorde de 274.878 contratos, contra 266.402 contratos.
Ontem foi o primeiro dia de negócios neste mês no mercado futuro do Índice Geral de Preços de Mercado na Bolsa de Mercadorias & Futuros. A estimativa do mercado era de inflação de 43,99% para maio.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 1,576% no dia 9, projetando rendimento para o mês de 41,09%. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros oscilaram entre 53,62% e 54,21% ao mês por um dia.
CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 49,5339%. CDBs prefixados negociados ontem: de 11.450% a 11.700% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 90 dias: 25% a 26% ao ano mais a variação da TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: de 53,63% a 54,23% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 11.550% a 11.800% brutos ao ano.
No exterior
Prime rate: 6,75% ao ano. Libor: 5,1250%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 0,1%, fechando com 15.460 pontos e volume financeiro de CR$ 243,02 bilhões, contra CR$ 209,25 bilhões no dia anterior. Rio: alta de 0,5% (I-Senn), fechando com 58.134 pontos e volume financeiro de CR$ 28,88 bilhões, contra CR$ 20,82 bilhões no dia anterior.
Bolsas no exterior
O índice Dow Jones fechou com 3.629,04 pontos, com baixa de 27,37 pontos em relação ao dia anterior. O índice Financial Times fechou com 2.491,50 pontos, com baixa de 8,3 pontos em relação ao dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.917,78 pontos, com alta de 232,35 pontos em relação ao dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 1.483,86 (compra) e CR$ 1.483,88 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 1.459,35 (compra) e CR$ 1.459,37 (venda). "Black": CR$ 1.435,00 (compra) e CR$ 1.445,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 1.440,00 (compra) e CR$ 1.445,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 1.386,00 (compra) e CR$ 1.417,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 2,52%, fechando a CR$ 17.900,00 o grama na BM&F, movimentando 2,26 toneladas.
No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra fechou cotada a 1,4889 dólar, contra 1,4908 dólar no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,6750 marco alemão, contra 1,6715 marco alemão no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 104,12 ienes ontem, contra 103,18 ienes no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para maio fechou em 49,38%, contra 49,23% no dia anterior.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial para maio ficou em 45,50%, contra 45,34% no dia anterior.

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