São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994
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MP que cria URV não é votada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo tentou ontem votar a medida provisória 482 –que cria a URV (Unidade Real de Valor)– no plenário do Congresso, mas não conseguiu quórum suficiente. A votação foi adiada para a próxima terça-feira.
Mesmo sem ter fechado acordo com a bancada ruralista, as lideranças do governo tentaram pela manhã colocar a MP em votação, mas enfrentaram a obstrução do PT e de parlamentares ligados ao setor rural.
A bancada ruralista reúne cerca de 130 parlamentares de diversos partidos que votam normalmente coesos em assuntos de interesse do setor.
A estratégia governista era inverter a pauta de votação, dando prioridade à MP, para aproveitar o plenário cheio. A votação de requerimento de inversão da pauta recebeu 250 votos, quando o quórum mínimo era 252.
O deputado Paulo Paim (PT-RS) foi acusado pelos governistas de fazer uma manobra regimental, forçando a mesa a interromper a votação, sob a alegação de que o prazo estava esgotado.
Paim pressionou o senador Nabor Júnior (PMDB-SE) a encerrar a votação do requerimento, chegando a ser acusado de desligar o painel eletrônico quando o tempo para votação, de 30 minutos, se esgotou.
Houve tumulto no plenário e a sessão foi suspensa, o que inviabilizou, na prática, qualquer votação importante antes de terça-feira.
A bancada ruralista decidiu obstruir a sessão de ontem porque tinha a expectativa de avançar nas negociações com o governo.
Na rea econômica, entretanto, a avaliação era de que a reunião serviria apenas para negociar as dívidas passadas dos produtos, já que o texto da MP não estaria mais em discussão.

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