São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994 |
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FHC aponta estratégia petista
GABRIELA WOLTHERS; ANTONIO CARLOS SEIDL
Para ele, a estratégia prejudicará o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, porque, segundo FHC, liga o partido a uma "imagem de grevismo." "Não faz sentido atacar o plano por minha causa, principalmente porque a população encara o plano como sendo do país", disse FHC. Ele afirmou ainda que "parece que o PT é um torcedor da inflação". Os empresários também vêem nas greves o dedo "político" da CUT. Mario Bernardini, diretor de Economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), diz que a incerteza quanto ao sucesso do Plano Real está sendo explorada politicamente pelas centrais sindicais. "A CUT vai fazer o possível para capitalizar o descontentamento dos trabalhadores com a sensação generalizada de perda salarial para atacar o Plano Real", diz. O alvo, afirma, é atingir mortalmente a virtual candidatura de FHC. Para que o real não vire logo apenas um "pedaço de papel", Bernardini sugere um acordo entre as lideranças políticas abrindo mão da paternidade do Plano Real. Paulo Butori, presidente do Sindipeças, sindicato patronal do setor de autopeças, vê um "componente político importante" na atual onda de greves. "O sucesso do plano, deixando o país com inflação baixa, não interessa ao PT", diz. Roberto Nicolau Jeha, coordenador do GPPI (Grupo Permanente de Política Industrial) da Fiesp, diz não ter dúvida de que a motivação das greves é política. "É claro que a CUT quer prejudicar e tumultuar as chances de êxito do plano". (Gabriela Wolthers e Antonio Carlos Seidl) Texto Anterior: Ordem e Progresso Próximo Texto: Maio é mês de paralisações Índice |
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