São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994 |
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Chico Science toca no novo Noites Cariocas
MARCELO MIGLIACCIO
Onde: Noites Cariocas, no morro da Urca (av. Pasteur, 520, Urca, zona sul do Rio, tel. 021/ 541-3737) Quando: Hoje e amanhã. Casa abre às 21h e o show está previsto para a meia-noite. Ingresso: CR$ 15 mil Chico Science e Nação Zumbi mostram o som do disco "Da Lama ao Caos" hoje e amanhã no mais descolado espaço cultural do Rio: o Noites Cariocas, localizado no topo do morro da Urca (zona sul do Rio). Reaberto na semana passada, o espaço de 20 mil metros quadrados na segunda estação do bondinho do Pão de Açucar oferece música para dançar, área verde ao redor, bares e show. Embaixo, a vista noturna de boa parte da cidade. A história musical do morro da Urca começou em 75, quando pela então Concha Verde, passaram Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Gilberto Gil e outros. No começo dos anos 80, já com nome de Noites Cariocas, vieram As Frenéticas, Raul Seixas, Lulu Santos, Cazuza, Titãs e rock barsileiro da época. Foi o auge do lugar onde tudo era permitido nas trilhas de Mata Atlântica que circundam palco e pista de dança. Idealizada por Nelson Motta, a exploração noturna do Pão de Açucar teve também sua fase brega, com lambadas e afins no início dos anos 90. Nova interrupção se seguiu até o atual ressurgimento. Para Science, que já tocou no Rio quatro vezes, subir o morro será uma experiência nova para seu mangue beat, mistura nascida em Pernambuco de maracatu e outros ritmos regionais com guitarras roqueiras. Seu disco, lançado há um mês pela Sony Music, tem uma faixa, "A Cidade", entre as mais executadas no Rio e em São Paulo. "O mangue beat é como uma parabólica fincada na lama. A base são ritmos regionais que nós envenenamos", diz Chico, 28. A reação do público, segundo ele, varia de acordo com o lugar. "Em Recife, o pessoal está mais acostumado, conhece o ritmo. No sudeste, a aceitação e as críticas têm sido boas". Texto Anterior: Bienal atesta condição periférica do Brasil Próximo Texto: NENÊ Índice |
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