São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994 |
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Exposição maltrata obras-primas de Iberê
DANIEL PIZA
Onde: Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1.000, tel. 011/277-3611, zona sul) Quando: abertura hoje, às 20h; até 12 de junho Visitação: de terça a domingo, das 9 às 22h Entrada: franca O Centro Cultural São Paulo oferece a partir de hoje oportunidade para quem não viu a produção de Iberê Camargo dos últimos três anos. Mas era melhor não ter oferecido. Estão lá, na sala Caio Graco, as aquarelas da série "O Homem com a Flor na Boca", que Iberê fez para a campanha pela vida do diretor teatral Manoel Aranha (portador do vírus HIV), e as telas de sua última exposição, na ga-leria Camargo Vilaça, em 1993. A idéia seria boa porque Iberê é um dos artistas vitimados pela "Bienal Brasil Século 20", ora em cartaz no Pavilhão da Bienal, que só mostra sua fase dos anos 50 e esquece todo o resto. Mas a idéia não foi realizada porque a acomodação das obras naquela sala é vergonhosa. As telas com mais de dois metros de altura foram penduradas em painéis que não superam os três metros. Pior, dividem a mesma parede com aquarelas bem menores em tamanho e impacto. É o mesmo que ver "Van Gogh", o filme de Maurice Pialat, no vídeo. A boa vontade, como o crime, não compensa. Além disso, esse que é considerado (com razão) o maior pintor brasileiro vivo não vendeu quase nada dessas pinturas recentes. O Centro Cultural, um órgão público, não pode vendê-las. Se pudesse, haveria o que perdoar. (DP) Texto Anterior: Greenberg reinou 30 anos na crítica Próximo Texto: Justiça nega pedido de apreensão de `Lamarca' Índice |
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