São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994
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Argentina vai criar agência para encontrar nazistas, diz líder judeu

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Argentina, que virou refúgio para nazistas depois da Segunda Guerra, terá uma agência especial para localizar criminosos de guerra, disse Ruben Beraja, líder da comunidade judaica argentina.
O presidente Carlos Menem aceitou a idéia, disse Beraja. A proposta foi feita em meio à atenção levantada pelo caso de Erich Priebke, ex-capitão da SS que participou do massacre de 335 italianos em 1944.
A agência a ser criada checaria a situação legal de suspeitos e iniciaria procedimentos para retirar a cidadania argentina deles ou extraditá-los.
Priebke, 81, foi encontrado pela TV ABC em Bariloche (sul da Argentina) na semana passada. A Itália pediu sua extradição. Menem declarou anteontem que a concederá "imediatamente".
Priebke viveu 46 anos na Argentina sem ser incomodado. Ele próprio disse a repórteres ter participado das mortes das Fossas Adreatinas.
O massacre foi ordenado por tropas alemãs depois da morte de 33 soldados nazistas pelo movimento de resistência italiano.
Priebke chegou a ser preso depois da guerra, mas fugiu.
A Argentina foi um dos refúgios favoritos dos nazistas alemães. Lá se escondeu Adolf Eichman, responsável pelo envio de judeus, ciganos e dissidentes para campos de extermínio.
Eichman foi sequestrado por comandos israelenses em 1960 e enforcado em 1962.
Outro criminoso de guerra que viveu na Argentina foi Joseph Mengele, médico que fazia experiências em prisioneiros dos campos. Mengele morreu no Brasil.

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