São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994
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Fini é responsabilizado por crise neofascista do governo italiano

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente do Senado italiano, Carlo Scogniamiglio, 49, disse ontem que compreende a preocupação causada na Europa pela presença de neofascistas no novo governo do país.
Ele responsabilizou pela controvérsia Gianfranco Fini, líder do neofascista Movimento Social Italiano (MSI), que tem três ministros no novo governo.
Fini, 42, disse no mês passado que o ditador fascista Benito Mussolini foi "o maior estadista do século". O MSI integra a coalizão direitista Aliança Nacional, que fez cinco ministros.
"Foi uma declaração inoportuna, com um efeito muito negativo na opinião pública", comentou Scognamiglio. Ele pertence ao partido Força Itália, liderado pelo agora premiê Silvio Berlusconi.
O Senado inicia na próxima segunda-feira o debate de um voto de confiança no novo governo. A deliberação pelo plenário deverá ocorrer na quarta-feira.
Berlusconi, 57, disse que o Senado –onde sua coalizão não tem maioria absoluta– cometerá "um ato de total irresponsabilidade" se não lhe der o voto de confiança.
Em Nápoles (sul do país), a polícia prendeu o ex-ministro da Saúde Francesco de Lorenzo, acusado de fraude, corrupção e desvio de dinheiro público.
Em Milão (norte), um juiz ordenou que o ex-premiê Bettino Craxi entregue seu passaporte. A Justiça teme que Craxi, que enfrenta 20 acusações, tente fugir do país.

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