São Paulo, domingo, 15 de maio de 1994 |
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Candidatos vão gastar US$ 120 mi
XICO SÁ
As agências de marketing político e ex-tesoureiros de campanhas já possuem tabelas informais com o levantamento destes custos (veja quadro nesta página). Os itens que mais consomem dinheiro: material de propaganda (cartazes, camisetas, brindes etc.), transporte (automóveis e jatinhos) e eventos (comícios, carreatas). Essas despesas somam cerca de 80% do custo total da maratona rumo à Presidência. Numa segunda faixa, correspondente aos 20%, estão os gastos com o programa de rádio e TV no horário eleitoral gratuito, pesquisas, computadores, manutenção de comitês e a operação de "boca-de-urna". Somente em São Paulo, um candidato a presidente ou governador precisa de pelo menos 10 mil pessoas para esta operação, que tenta conquistar o voto do eleitor pouco antes de ele ir à cabine eleitoral. No mercado das eleições no Brasil –que copia o estilo americano– é possível se saber hoje até o número de cópias de cédulas eleitorais (modelos) que o candidato precisa distribuir nas ruas para chamar a atenção de um eleitor. "É preciso de 20 a 25 cédulas para cada eleitor", diz Iran Pessoa de Mello, dono da PHP, empresa de marketing político e produção de eventos eleitorais. "Isso pode parecer um simples detalhe, mas é fundamental no momento que se planeja uma campanha". JatinhosDurante uma campanha, um candidato à Presidência voa pelo menos 250 mil quilômetros pelo país. Os 250 mil quilômetros correspondem a 246,3 vezes a distância entre São Paulo e Brasília, que é de 1.015 km. Isso representa gastos de US$ 1 milhão somente com o jatinho que leva o candidato. Cada quilômetro voado custa hoje uma média de US$ 4. Pelo menos outros dois jatinhos, além do que vai conduzir o candidato, são necessários para as viagens de assessores e políticos aliados. Somente com os três jatinhos a despesa é de US$ 3 milhões. Empresas do ramo, como a Líder Táxi Aéreo, por exemplo, reclamam, no momento, de falta de clientes no ramo das eleições. Dirigentes da empresa acreditam que somente depois da Copa do Mundo, a partir de 17 de julho, o mercado irá melhorar. Os assessores dos principais partidos atribuem a falta de dinheiro à não emissão, até o momento, dos bônus eleiorais. O bônus é uma espécie de recibo, emitido pelo Ministério da Fazenda, que os tesoureiros das campanhas irão entregar aos doadores de recursos. Texto Anterior: O leitor no lugar do ombudsman Próximo Texto: Imprensa dos EUA ignorou visita de Lula Índice |
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