São Paulo, domingo, 15 de maio de 1994
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Itamar resolve adiar sua viagem à China

WILLIAM FRANCA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A onda de greves esperadas para todo o mês de maio, a implantação do real e o período de convenções partidárias para escolher candidatos à Presidência levaram o presidente Itamar Franco a adiar a viagem que faria à China.
Itamar adiou, sem prever nova data, a viagem de onze dias que faria entre 23 de maio e 3 de junho. O anúncio oficial do adiamento foi feito ontem de manhã pelo Itamaraty.
Assessores de Itamar o convenceram de que o atual momento político brasileiro seria um entrave para a tranquilidade da viagem. O presidente foi aconselhado por vários amigos a não deixar o Brasil por muitos dias.
"Acho que a oportunidade não é boa para ele sair", disse à Folha o ministro Henrique Hargreaves (Casa Civil). Também opinaram contra a viagem o embaixador do Brasil em Portugal, José Aparecido, e o senador José Sarney.
Greve
Até sexta-feira, a intervenção do Exército em unidades da Polícia Federal também era usada para justificar o adiamento da viagem à China.
Apesar de o Exército estar voltando aos quartéis, há um certo temor de que a greve da PF possa novamente radicalizar, o que tornariam necessárias novas decisões de Itamar –como transferir tarefas da PF para outros órgãos.
O adiamento da viagem foi comunicado na noite de sexta-feira ao presidente chinês Jiang Zemin. Essa viagem de Itamar é uma retribuição à visita de Zemin feita no início do ano.
Para não tumultuar os encontros agendados com empresários chineses, o ministro Israel Vargas (Ciência e Tecnologia) viajará para a China nos próximos dias. O comércio entre os dois países movimenta mais de US$ 1 bilhão por ano.

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