São Paulo, domingo, 15 de maio de 1994
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Copa apaixona os brasileiros

ANDRÉ FONTENELLE

Pela primeira vez, o Brasil pôde contar com sua equipe principal em uma Copa. Profissionais e amadores haviam feito as pazes em 1937.
O técnico Adhemar Pimenta deu-se ao luxo de contar com duas equipes, a Azul e a Branca, talentosas e rivais.
Também pela primeira vez, um Mundial mobilizou os brasileiros, que ouviam pelo rádio, nas ruas, a narração de Gagliano Neto.
Na estréia, em Estrasburgo, o time azul derrotou a Polônia por 6 a 5, com quatro gols de Leônidas.
Nas quartas-de-final, foram precisos dois jogos em Bordeaux para bater a Tchecoslováquia. No primeiro, 1 a 1.
No jogo-desempate –não havia decisão por pênaltis–, Brasil 2 a 1. A cartada inteligente de Pimenta foi escalar a equipe branca –reforçada por Leônidas– no lugar da azul.
Cansados, os tchecos jogaram sem o legendário goleiro Planicka, que fraturou um braço em um choque com Perácio, na partida anterior.
Para a semifinal com a Itália, em Marselha, o Brasil tinha um problema grave: Leônidas estava contundido.
O técnico descartou escalar seu reserva, Niginho –que atuara na Lazio, de Roma, e também tinha a nacionalidade italiana. Os brasileiros temiam um protesto do adversário.
A Itália venceu a partida por 2 a 1, graças a um pênalti controverso, que motivou um inútil protesto dos brasileiros, pedindo a anulação do jogo.
Piola deu um pontapé em Domingos, com a bola fora de jogo. O beque revidou e o juiz suíço Wuthrich deu pênalti.
Mais tarde, Adhemar Pimenta foi injustamente acusado de ter poupado Leônidas para a final.
Na decisão do terceiro lugar, Leônidas –apelidado pelos franceses "Homem de Borracha"– marcou dois gols nos 4 a 2 sobre a Suécia, consagrando-se como artilheiro da Copa.
(AFt)

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