São Paulo, domingo, 15 de maio de 1994
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Carteira rende 45,71%, apesar das ações

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A carteira "Folha" de investimentos teve uma rentabilidade líquida (descontados os impostos) de 45,71% de 6 de abril a 6 de maio. A variação da Ufir foi de 44,83% no período.
Paulo Roberto Mendonça, diretor do Banco BRJ, procurou aplicar de maneira diversificada, como forma de proteger o dinheiro.
Ele aplicou 60% do dinheiro em fundo de commodities, 30% em fundo de renda fixa e o restante no mercado acionário.
Numa fase de transição, há uma certa incerteza com relação ao impacto que a troca da moeda para o real trará na economia.
O dirigente entende que os fundos de commodities propiciam ao investidor a chance de estar com o dinheiro disponível na virada para o real.
Os fundos de commodities aplicam em títulos de renda fixa e em papéis agrícolas e garantem a retirada de dinheiro com rentabilidade a qualquer momento a partir de um período inicial de 30 dias.
O cenário que ele desenha para o início da entrada em vigor da nova moeda é o de taxas de juros reais elevadas, controle do crédito e até mesmo a possibilidade de deflação (queda nos índices de preços).
Para ele, os preços hoje estão "gordos" e poderão cair em um regime de mercado na troca para a nova moeda.
Segundo Mendonça, o momento é de expectativa com relação aos ajustes do plano econômico e "muitas definições devem ocorrer em junho".
Os fundos de commodities propiciam a oportunidade de estar com dinheiro em mãos no "raiar de julho".
O dirigente deixou o dinheiro aplicado nos fundos de renda fixa também como forma de acompanhar o comportamento das taxas de juros do mercado financeiro.
A desvantagem dos fundos de renda fixa é a da possibilidade de retiradas somente em períodos de 28 dias.
Ele observa que a aplicação em fundos de ações não "foi feliz no período". A rentabilidade foi de apenas 19,48%.
O executivo observa que no curto prazo o mercado acionário deve continuar sofrendo com a perplexidade da regulamentação das medidas econômicas, a retração nos investimentos externos nas Bolsas, as altas taxas de juros e o acompanhamento das pesquisas eleitorais.
Dentro de uma perspectiva de longo prazo, Mendonça aposta no bom desempenho do mercado acionário.
Para ele, as ações de empresas privatizadas devem garantir lucratividade satisfatória a longo prazo.
Mendonça não recomenda a aplicação em Certificados de Depósito Bancário prefixados por parte de pequenos investidores. Segundo ele, o rendimento obtido pelos investidores nas agências é bem menor do que se poderia conseguir em aplicações em fundos, como o de commodities.

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